Processo contra policial que matou camelô na Lapa é arquivado

O policial responde por outro homicídio, cometido seis meses antes, quando disparou quatro vezes contra um homem que teria reagido à ordem de parada

Condições precárias de trabalho, baixo salário e falta de preparo são alguns dos argumentos que podem ajudar a solucionar um dos maiores problemas da cidade de São Paulo nos dias atuais: a violência policial.

Em setembro do ano passado, o soldado Henrique Dias Bueno de Araújo, de 31 anos, matou o camelô Carlos Augusto Muniz, de 30 anos, em ação de combate à venda de produtos ilegais no bairro da Lapa, zona oeste paulistana. Seu processo foi arquivado. O policial responde por outro homicídio, cometido seis meses antes, quando disparou quatro vezes contra um homem que teria reagido à ordem de parada.

Em cinco anos, PM de São Paulo mata mais que todas as polícias dos EUA juntas

Expedida pela juíza Eliana Cassales Tosse de Melo, da 5ª Vara do Júri, em 27 de março, a decisão de arquivamento retoma o debate sobre parcialidade em casos envolvendo agentes de segurança. Embora a versão da PM indicasse resistência de prisão por parte de um dos camelôs que teve sua mercadoria confiscada, além do conflito com um grupo de aproximadamente 30 pessoas, vídeo amadores gravados na ocasião não indicam qualquer tipo de confronto.

Momentos antes da morte de Muniz, uma gravação registra quando o soldado Araújo saca a arma e o spray de pimenta e começa a apontá-los para pessoas que se aproximam da abordagem.

Muniz, então, tenta tirar o spray de pimenta da mão do PM e é baleado no rosto pelo policial, que dispara contra o rosto do vendedor. Levado ao Hospital das Clínicas não resiste ao ferimento.