Projeto Poéticas: as intervenções urbanas que querem transformar Natal
Grupo funciona como uma rede que se articula em prol de diferentes manifestações artísticas e culturais.
O Projeto Poéticas surgiu como uma proposta para trocar vivências, olhares e perspectivas a partir de iniciativas individuais e coletivas. O objetivo do grupo é proporcionar mudanças sociais e pessoais com intervenções urbanas.
Eles se organizam em diferentes Grupos de Trabalho, que realizam ações e também preocupam-se em atuar em diferentes territórios: urbanos, litorâneos e do interior, estabelecendo relações com as comunidades locais. Confira algumas intervenções recentes do grupo:
Travessias
No dia 21 de outubro, no centro de Natal, em parceria do Projeto Poética e Okupa Câmara Natal, um dos militantes do movimento utilizou cores e frases para desmitificar a imagem dos Black Blocs e aproximar a população dos ideais dos manifestantes. Ele ficou parado por uma hora no semáforo da avenida Rio Branco com balões suspensos que continham mensagens de amor, solidariedade e relatos dos manifestantes.
Os pedestres e motoristas podiam pegar as mensagens. Depois, os balões foram soltos, simbolizando a liberdade das ideias.
Fotos: Catarina Santos
Corpos Violados
A Intervenção foi realizada em frente a Câmara Municipal de Natal e refletiu sobre a violência do poder econômico e do estado contra a população. Segundo o manifesto do grupo, a ideia é expor uma violência que é maquiada no cotidiano:
“Representação da lógica de um poder econômico e um Estado que nos silencia e nos violenta através das mais diversas vias e extensões dos diversos poderes, sejam estes apresentados por uma polícia fascista, por mídias hegemônicas ou por nós mesmos, condicionados a vigiar e punir o outro por sua diferença, acostumados a tornar os corpos invisíveis e entranhados numa falsa percepção de democracia”
Fotos: Catarina Santos
Propriedade do Estado: Mídia de Extermínio
No dia 9 de outubro, João Pedro Tavares realizou a performance nas ruas do bairro Ribeira, em Natal. O artista questiona a violência da polícia e contra a mulher,as privatizações, a mídia hegemônica e os reflexos dessas políticas na sociedade.
“Estamos em completa vigilância – partindo do poder e de nós mesmos -, a política do medo está regendo a orquestra e o Estado é o maestro. Tudo foi construído e muito bem organizado na ditadura, criaram muito bem o policial que vive em nossas cabeças. Estrutura de poder que escolhe e faz os outros escolherem – com acusações falsas e sem fundamento – quem bem entende para se tornar mais um terrorista exposto em praça pública, de preferência aquele que pensa, critica e age”, diz trecho do manifesto da intervenção.
Fotos: Catarina Santos