Quem era Qassem Soleimani, o general iraniano morto pelos EUA
Era o general mais poderoso do Irã, visto como a segunda pessoa mais relevante do país
Qassem Soleimani, 62 anos, assassinado na noite desta quinta-feira, 2, num ataque aéreo dos Estados Unidos em aeroporto do Iraque, não era qualquer militar: era o general mais poderoso do Irã, visto como a segunda pessoa mais relevante do país, depois apenas do aiatolá Khamenei, de quem era próximo.
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Comandante desde 1998 da Força Al Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, e apontado até como eventual futuro presidente do país persa, Soleimani era o principal estrategista e articulador das parcerias militares com seu país. Já tinha sobrevivido a muitas tentativas de assassinato nos últimos anos.
Segundo a BBC News, no Irã, a popularidade de Soleimani estava em viés de alta: era carismático, reverenciado por muitos, odiado por outros, tema de memes nas redes sociais, tema de reportagens, documentários e até de músicas pop.
A reação imediata dos iranianos foi ir para as ruas prestar homenagens ao general e pedir uma resposta à altura contra os EUA, muitos até atearam fogo a bandeiras norte-americanas.
Foi sob sua liderança que o Irã ampliou o apoio a grupos como o Hezbollah (Líbano) e a outros militantes pró-iranianos.
A presença militar do Irã na Síria também foi aumentada após ordens de Soleimani, assim como uma ofensiva do governo de Bashar al-Assad contra rebeldes.
Considerado como um terrorista pelos EUA, era apontado como o responsável por ataques recentes à Embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque.
Para o jornalista Guga Chacra, especializado em política internacional, o impacto da morte de Solaimani “será muito maior do que as ações para matar Osama Bin Laden e Abu Bakr al-Baghdadi”. O iraniano “estava em atividade, no auge de seu poder” E finaliza: “Comandava todas as operações em coordenação com o Hezbollah no Líbano, com os Houthis no Iêmen e as milícias xiitas no Iraque. Também serviu como um dos principais pilares para a defesa do regime de Bashar al-Assad na Síria”.