Quem era Qassem Soleimani, o general iraniano morto pelos EUA

Era o general mais poderoso do Irã, visto como a segunda pessoa mais relevante do país

03/01/2020 12:17 / Atualizado em 08/01/2020 09:45

Qassem Soleimani, 62 anos, assassinado na noite desta quinta-feira, 2, num ataque aéreo dos Estados Unidos em aeroporto do Iraque, não era qualquer militar: era o general mais poderoso do Irã, visto como a segunda pessoa mais relevante do país, depois apenas do aiatolá Khamenei, de quem era próximo.

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Manifestante faz homenagem a Qassem Soleimani nas ruas de Teerã
Manifestante faz homenagem a Qassem Soleimani nas ruas de Teerã - Reuters/Folhapress

Comandante desde 1998 da Força Al Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, e apontado até como eventual futuro presidente do país persa, Soleimani era o principal estrategista e articulador das parcerias militares com seu país. Já tinha sobrevivido a muitas tentativas de assassinato nos últimos anos.

Segundo a BBC News, no Irã, a popularidade de Soleimani estava em viés de alta: era carismático, reverenciado por muitos, odiado por outros, tema de memes nas redes sociais, tema de reportagens, documentários e até de músicas pop.

A reação imediata dos iranianos foi ir para as ruas prestar homenagens ao general e pedir uma resposta à altura contra os EUA, muitos até atearam fogo a bandeiras norte-americanas.

Foi sob sua liderança que o Irã ampliou o apoio a grupos como o Hezbollah (Líbano) e a outros militantes pró-iranianos.

A presença militar do Irã na Síria também foi aumentada após ordens de Soleimani, assim como uma ofensiva do governo de Bashar al-Assad contra rebeldes.

Iranianos protestam nas ruas de Teerã pela morte do general Qassem Soleimani
Iranianos protestam nas ruas de Teerã pela morte do general Qassem Soleimani

Considerado como um terrorista pelos EUA, era apontado como o responsável por ataques recentes à Embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque.

Para o jornalista Guga Chacra, especializado em política internacional, o impacto da morte de Solaimani “será muito maior do que as ações para matar Osama Bin Laden e Abu Bakr al-Baghdadi”. O iraniano “estava em atividade, no auge de seu poder” E finaliza: “Comandava todas as operações em coordenação com o Hezbollah no Líbano, com os Houthis no Iêmen e as milícias xiitas no Iraque. Também serviu como um dos principais pilares para a defesa do regime de Bashar al-Assad na Síria”.