Revolta faz eclodir protestos contra Carrefour e lojas são depredadas
'Assassinos', 'racistas', "parem de nos matar!" e "sem Justiça, Sem Paz", foram as palavras de ordem mais ouvidas nos protestos
Após a morte de João Alberto Freitas na noite da última quinta-feira, 19, em um supermercado da rede Carrefour em Porto Alegre, revolta e indignação tomaram conta do país e uma série de protestos foram registrados, nesta sexta-feira, 20, Dia da Consciência Negra.
PORTO ALEGRE
Em Porto Alegre houve protesto em frente à loja onde aconteceu o crime. Após duas horas de ato pacífico, alguns jovens derrubaram o portão de acesso ao estacionamento do Carrefour, quebraram janelas de vidro e tiveram acesso ao primeiro andar do estabelecimento.
A polícia interveio com bombas de gás lacrimogêneo e dispersou o pequeno grupo. Neste momento a manifestação contra a morte de João Alberto já havia acabado. Ao final do embate com a polícia, uma pichação era vista na parede externa do Carrefour: “Polícia genocida”. A afirmação faz referência à morte do homem negro, já que um dos seguranças da loja envolvidos no crime se trata de um policial militar temporário.
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SÃO PAULO
Em São Paulo, a Marcha da Consciência Negra pediu justiça pela morte de João Alberto na Avenida Paulista e foi pacífica. No final do protesto, manifestantes começaram a atirar objetos e a destruir vidraças da fachada do Carrefour na Rua Pamplona, uma das áreas mais nobres da capital paulista.
Os manifestantes invadiram o local, quebraram produtos e chegaram a atear fogo no interior do supermercado. Depois de organizadores pediram para parar a depredação do supermercado, a manifestação foi encerrada. A Tropa de Choque chegou quando a multidão já havia dispersado.
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RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, também houve protesto, que aconteceu em frente ao supermercado localizado na Barra da Tijuca. Os manifestantes entraram no estabelecimento e gritaram palavras como: “assassinos” e “vidas negras importam”.
Os manifestantes entraram na loja, encheram carrinhos e foram aos caixas lotas as esteiras para impedir o funcionamento do estabelecimento. A organização pediu o fechamento do Carrefour da Barra da Tijuca e o pedido foi aceito pela gerência da loja.
Os manifestantes carregavam faixas como: “Parem de nos matar!” e “Sem Justiça, Sem Paz”.
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BELO HORIZONTE
Em Belo Horizonte, foram realizados dois atos em supermercados da rede, um dentro de um shopping center e outro no centro da capital mineira. Os manifestantes entraram nas lojas para protestar.
Dez minutos após o início do protesto, as portas do Carrefour da avenida Afonso Pena esquina com rua Guajajaras foram fechadas. O protesto foi organizado pelo Núcleo Rosa Egípciaca Negros, Negras e Indígenas, ganhou adesão de pelo menos 14 movimentos sociais de Belo Horizonte e partidos políticos. O rapper Djonga estava entre os manifestantes.
“Isso não é um caso isolado. Isso acontece todo dia desde que o Brasil é Brasil. Hoje era pra ser um dia de celebração e a gente acorda com uma notícias dessas”, disse Djonga ao G1.
OUTRAS CIDADES
Já em Brasília, o ato ocorreu no início da tarde em uma loja do Carrefour da Asa Sul. Em Osasco (SP), um protesto iniciou às 18h em frente ao Carrefour da cidade em que, no ano de 2018, um cachorro foi morto a pauladas no estacionamento do local.
Outras cidades tinham atos marcados ainda para esta sexta-feira (20), entre elas Santa Maria (RS), Curitiba e Londrina (PR).