RJ: agressões contra LGBT no 1º tri de 2018 superam todo 2017

Nesta quinta-feira, dia 17, acontece o Dia Internacional Contra a Homofobia

22ª Parada do Orgulho LGBTI, na Praia de Copacabana
Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil
22ª Parada do Orgulho LGBTI, na Praia de Copacabana

O Rio de Janeiro registrou mais casos de agressão contra pessoas LGBT no primeiro trimestre de 2018 do que em todo o ano passado, de acordo com dados divulgados pela Coordenadoria Especial de Diversidade Social (Ceds) da prefeitura.

Nos primeiros meses deste ano, foram 30 denúncias recebidas pelo órgão. Em comparação, o total registrado em todo 2017 foi de 27 casos. Nesta quinta-feira, dia 17, acontece o Dia Internacional Contra a Homofobia.

Em março, uma travesti e uma mulher trans foram baleadas no último dia 1º de março em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Segundo a Ceds, as duas trabalhavam como garotas de programa na rua Amaral Costa, quando um carro passou e uma pessoa de dentro do veículo fez os disparos.

A travesti Alessandra da Silva Alves, de 50 anos, não resistiu e foi encontrada morta por policiais do 40º BPM e policiais civis. A trans Nayara Montenegro foi atingida por disparos no abdômen e na coxa, e foi levada para o Hospital Municipal Rocha Faria.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que Nayara passou por cirurgia e foi encaminhada para a sala pós-cirúrgica para acompanhamento. Ela não corre riscos.

Matheusa brutalmente assassinada no Rio de Janeiro

Caso Matheusa

Um dos últimos casos marcantes de violência é o assassinato da estudante Matheusa Passarelli, de 21 anos, executada por criminosos em uma favela do Rio de Janeiro.

“Bicha travesti”, como a própria se autodenominava, Matheusa se identificava como gênero não-binário (ou seja, nem masculino, nem feminino) e, embora a polícia não tenha oficializado LGBTfobia como a causa de sua morte, a violência homofóbica não foi descartada.

Um relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado no início deste ano, apontou que em 2017 o Brasil registrou o assassinato 445 LGBTs, o maior índice desde que a ONG começou a fazer o levantamento sobre esse tipo de crime no país.

É importante ressaltar o trabalho do GGB e lembrar que o levantamento da ONG é subnotificado. Isso quer dizer que nem todos os crimes são registrados e, mesmo que sejam, o grupo não necessariamente tem acesso a eles. Em suma: a realidade da população LGBT é bem pior do que essa amostragem.

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