Rota faz abordagem diferente na periferia e nos Jardins

Tenente-coronel diz que se o PM tratar da mesma forma cidadão na periferia e nos Jardins, ele não vai ser respeitado.

Nesta terça-feira, 22, o tenente-coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, 46, comandante da Rota em São Paulo desde o dia 4 de agosto, contou ao “UOL” que os policiais militares tratam e abordam de forma diferente quem está na periferia e quem está na região nobre da cidade.

Comandante da Rota diz que se o PM tratar uma pessoa abordada da mesma forma na periferia e nos Jardins ele não vai ser respeitado
Comandante da Rota diz que se o PM tratar uma pessoa abordada da mesma forma na periferia e nos Jardins ele não vai ser respeitado

“É uma outra realidade. São pessoas diferentes que transitam por lá. A forma dele abordar tem que ser diferente. Se ele [policial] for abordar uma pessoa [na periferia] da mesma forma que ele for abordar uma pessoa aqui nos Jardins [região nobre de São Paulo], ele vai ter dificuldade. Ele não vai ser respeitado”, disse o comandante ao repórter Luís Adorno.

Cerca de 700 homens atendem as ordens de Mello Araújo na cidade. “Da mesma forma, se eu coloco um [policial] da periferia para lidar, falar com a mesma forma, com a mesma linguagem que uma pessoa da periferia fala aqui no Jardins, ele pode estar sendo grosseiro com uma pessoa do Jardins que está ali, andando”, completou. Para ele, o policial tem que se adaptar àquele meio que está no momento.

Mello Araújo contou que na Inglaterra ocorreria da mesma forma porque os policiais já andaram desarmados e hoje isso mudou por conta dos atentados. “Se eu pegar aquele policial da Inglaterra e botar ele pra trabalhar aqui em São Paulo, ele vai ter que trabalhar armado. E ele vai ter muito mais dificuldade pra trabalhar armado. E ele vai ter muito mais dificuldade pra trabalhar aqui, do que eu ir trabalhar lá na Inglaterra“, disse.

O comandante também ressaltou que apesar do medo, isso não é repassado à população para continuarem sendo respeitados. “A população de São Paulo confia na Rota. Aplaude a Rota. Passamos confiança à população e medo aos bandidos”.

Além disso, ele já notou a diferença nos primeiros 20 dias do seu comando porque “no interior, no carro normal da polícia, as pessoas não davam a mínima. Com a viatura da Rota, no farol, a população para, acena positivamente, aplaude. É o mesmo policial. A mesma pessoa. Só que um está na Rota, e outro, na PM de base”, finalizou.

Leia a reportagem na íntegra.

  • Leia também: