Sem dinheiro, Ibama interrompe combate a incêndios no Pantanal e na Amazônia

Órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente diz que tem R$ 19 milhões em pagamentos atrasados

22/10/2020 12:45 / Atualizado em 27/10/2020 11:03

O Ibama interrompeu os trabalhos das brigadas de incêndios florestais em todo o país. O motivo, segundo memorando interno, divulgado na noite de ontem, 21, é a “indisponibilidade financeira” para fechar o mês de outubro. As informações são do jornal O Globo.

A paralisação no combate às chamas vale também para o Pantanal e a Amazônia, que registrarem recordes de queimadas neste ano.

Sem dinheiro, Ibama interrompe combate a incêndios no Pantanal e na Amazônia
Sem dinheiro, Ibama interrompe combate a incêndios no Pantanal e na Amazônia - Ernane Jr./Divulgação

“Determino o recolhimento de todas as Brigadas de Incêndio Florestal do IBAMA para as suas respectivas Bases de origem, a partir das 00:00H (zero hora) do dia 22 de outubro de 2020, onde deverão permanecer aguardando ordens para atuação operacional em campo”, diz o documento assinado pelo chefe do Centro Especializado Prevfogo/Dipro, Ricardo Vianna Barreto.

Em nota divulgada nesta quinta-feira. 22,  o Ibama informou que a determinação para suspender o trabalho dos brigadistas “acontece em virtude da exaustão de recursos” e que “já contabiliza 19 milhões [de reais] de pagamentos atrasados, o que afeta todas as diretorias e ações do instituto, inclusive, as do Prevfogo”.

Após a divulgação dos documentos, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que vai “esclarecer a situação” com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“Vamos esclarecer a situação. O ministro não me informou nada. Tenho que conversar com ele pra saber o que está acontecendo. Se é problema de orçamento, se é problema financeiro”, disse Mourão. O Ibama é subordinado à pasta comandada por Salles.

O vice-presidente comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal, colegiado criado em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro para avaliar medidas como o combate a incêndios na floresta.

No fim de agosto, Hamilton Mourão chegou a desautorizar Ricardo Salles após o ministro anunciar que as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal seriam suspensas por bloqueio de verbas.