Sementes misteriosas da China tem praga e apresentam risco ao Brasil
Segundo o Ministério da Agricultura a praga nunca foi identificada e há risco fitossanitário para o país
O Ministério da Agricultura analisou os pacotes de sementes misteriosas da China recebidos por brasileiros pelos Correios e constatou a presença de pragas que não existem no país. De acordo com o órgão federal, 17 das 36 amostras estudadas apresentaram risco fitossanitário ao Brasil.
Segundo o Ministério, uma das amostras analisadas continha a espécie Myosoton aquaticum, uma praga com risco de estabelecimento permanente no país, podendo causar impactos econômicos negativos. Essa planta é resistente a herbicidas, o que torna seu controle difícil, e é considerada daninha nos campos de trigo da China.
A espécie Descurainia sophia, que também é uma praga com risco de estabelecimento permanente no país, foi encontrada em 4 amostras analisadas pelo órgão federal. Ela é caracterizada como uma planta daninha nos Estados Unidos e no Canadá, além de planta invasora no México, Japão, Coreia, Chile e Austrália.
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Em outras 15 amostras foram encontrados gêneros que têm espécies quarentenárias ou espécies com potencial quarentenário, que são, justamente, as que podem causar risco permanente ao Brasil, como as descritas acima. Dentre elas estão as sementes de Cuscuta, Brassica, Chenopodium e Amaranthus; e dos fungos Cladosporium, Alternaria, Fusarium, e Bipolaris.
“A introdução de material propagação (sementes ou mudas), mesmo em pequenas quantidades, sem atender aos requisitos fitossanitários e de qualidade estabelecidos pelo ministério coloca em risco a agricultura brasileira”, afirmou o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Carlos Goulart.
O Ministério da Agricultura pede para que a população tenha cuidado e não abra encomendas recebidas pelos correios de pacotes de sementes não solicitadas, seja qual for o país de origem. A orientação também vale para quem recebeu e plantou as sementes. Neste caso, é recomendado que se entre em contato com o Ministério ou com o órgão estadual de Defesa para agendar o recolhimento do material.