Temer teria negociado repasse de propina de R$ 1,5 milhão para campanha de Chalita

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Michel Temer e Gabriel Chalita (foto: Alexandre Moreira/ Brazil Photo Press)
Michel Temer e Gabriel Chalita (foto: Alexandre Moreira/ Brazil Photo Press)

Ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado afirmou, em seu acordo de delação premiada, que o presidente interino Michel Temer (PMDB) negociou com ele o repasse de propina no valor de R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

Segundo Machado, o repasse teria ocorrido em setembro daquele ano e foi pago por meio de doação eleitoral pela empreiteira Queiroz Galvão, contratada da Transpetro. Machado disse que Temer pediu ajuda porque a campanha de Chalita passava por dificuldades financeiras. A conversa teria ocorrido numa sala reservada da base aérea de Brasília.

No depoimento, Machado disse que “o contexto da conversa deixava claro que Temer estava ajustando pedido de recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita”.

De acordo com Machado, a doação foi feita de maneira oficial pela empreiteira Queiroz Galvão, um dos alvos da Lava-Jato, ao diretório nacional do PMDB. Mas que o valor era, na realidade, “oriundo de pagamento de vantagem indevida pela Queiroz Galvão, de contratos que possuía junto a Transpetro”.

Machado ainda disse que alugou um carro e se identificou ao entrar na base aérea. As falas de Machado citadas na delação são uma explicação do delator sobre um diálogo gravado com o ex-presidente José Sarney, quando tratou do tema.