Vídeo mostra momento em que homem ateia fogo em ex-esposa no ABC
A vítima teve queimaduras de primeiro e segundo graus na mão e no rosto
O segurança Edilson dos Reis Bispo, de 48 anos, ateou fogo na ex-esposa, a auxiliar de enfermagem Josefa Renata Bispo, de 31, na noite desta quarta-feira, 26, em uma rua de Santo André, no ABC Paulista, em frente ao Hospital das Acácias, onde a mulher trabalha. Um vídeo divulgado pela TV Globo mostra o momento em que os dois discutem e ele comete a agressão. O homem está foragido.
Imagens de segurança mostram quando Josefa aceita uma carona de moto do ex-marido após o trabalho. Ao chegar em uma esquina, Edilson desce do veículo, joga um líquido inflamável e coloca fogo na vítima. Em seguida, ele tenta dar partida na moto, mas não consegue e foge a empurrando na contramão.
Ferida, a vítima pega o celular no meio do fogo e pede socorro. Ela foi resgatada por colegas e levada ao hospital onde trabalha, próximo ao local do crime. Uma moradora contou que ouviu os gritos e correu para ajudar a auxiliar de enfermagem. A mulher teve queimaduras de primeiro e segundo graus na mão e no rosto, e está internada na UTI.
Josefa e Edilson foram casados por 10 anos e têm dois filhos. Eles estavam separados há cerca de um mês.
Antes do crime, o homem disse para a ex-esposa que precisava conversar sobre os filhos e teria tentado reatar o relacionamento. A vítima relatou aos policiais que não se sentia ameaçada por ele.
O agressor vai responder por tentativa de feminicídio e violência doméstica. A polícia investiga o caso.
Veja como denunciar a violência doméstica
No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia, 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.
O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.
A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.
Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.