Vítima de agressões, professor teme pela vida em escola do RJ

Após agressões, professor não voltou mais à escola e diz temer por sua vida

20/09/2018 17:33

Vídeo mostra alunos jogando objeto contra professor em escola de Rio das Ostras (RJ)
Vídeo mostra alunos jogando objeto contra professor em escola de Rio das Ostras (RJ) - Reprodução/YouTube

Imagens gravadas por estudantes da escola Ciep Mestre Marçal, em Rio das Ostras (RJ), mostram o professor Thiago dos Santos Conceição, de 31 anos, sofrendo uma série de agressões enquanto tentava aplicar uma avaliação para turma do 9º ano.

Com medo de voltar às salas de aula, ele disse, em entrevista ao portal G1, que as agressões fazem parte da sua rotina. “Eu desejo continuar com a minha profissão, mas temo pela minha vida”.

Professor há dez anos, Thiago ressalta ter consciência de que não vive um caso isolado e que o mesmo acontece a outros colegas de profissão em todo o país. Sem condições para voltar às salas de aula, pediu afastamento do cargo. “Eram constantes as agressões, mas a gente sempre acha que vai resolver com diálogo” .

Desde fevereiro leciona no Ciep, onde sempre foi alvo de ataques verbais e insultos. Buscou ajuda da direção da instituição, mas nada foi feito a respeito. Acreditava que, usando o conhecimento, conseguiria transformar a realidade de violência que marca a vida dos alunos.

Na sala onde sofreu os ataques, uma espécie de apresentação de “boas” vindas define as condições de trabalho dos professores que lecionam para a “Turma do terror”. “Eu tenho medo, porque eu já vi ataques. Se eu não tinha medo de amanhecer morto, que era para eu tomar cuidado para não ser atropelado, que era para eu tomar cuidado para não ser atropelado, para eu tomar cuidado para não ir à escola de carro porque o pneu poderia aparecer furado. Então são diversos ataques que eu vendo sofrendo”, contou.

No vídeo, o professor é respondido com palavrões e sofre ofensas racistas dos alunos. Desde então, decidiu não voltar mais para a escola. Apesar disso, confessa ter ficado uma sensação de dever incompleto. Confira a matéria completa no G1. 

Assista ao vídeo divulgado nas redes sociais: