‘Vocês têm o poder de mudar o mundo’, diz influenciadora

No workshop “Elas Mudam o Mundo”, realizado pela Change.org, digital influencer inspira jovens mulheres a usarem tecnologia como empoderamento

A oficina foi realizada na última sexta-feira, 24
Créditos: Fábio Mendes Teixeira/Coletivo UNI
A oficina foi realizada na última sexta-feira, 24

Paula Chohfi, ativista e influenciadora digital acredita que qualquer mulher, independente da idade, classe, cor ou visão política, pode abraçar uma causa social, tomar a frente de um movimento e mudar alguma coisa no mundo. Na última sexta-feira, 24, ela participou do workshop de empoderamento feminino “Elas Mudam o Mundo“, promovido pela Change.org, e compartilhou sua experiência como líder de campanha a 40 jovens estudantes em uma escola na zona sul de São Paulo.

A influencer usou a plataforma de abaixo-assinados online para liderar uma mobilização gigantesca, apoiada por mais de 1 milhão de pessoas, em torno da liberação de um medicamento de alto custo para portadores da doença rara Atrofia Muscular Espinhal (AME). A conquista, que marca um movimento histórico na saúde infantil do Brasil, como Paula define, começou “apenas com a vontade de ajudar”. “Se algo te incomoda, ouça o seu coração e faça algo a respeito”, diz.

Paula participou do bate-papo ao lado de outra mulher que também lidera campanhas por meio de petições online, Simone Gatto, que é defensora do direito dos animais. Na mesa de debates ainda estava a coordenadora de campanhas da Change.org Brasil, Yahisbel Adames, que apresentou a plataforma às estudantes, integrantes do coletivo feminista “Eu não sou uma Gracinha”, e falou sobre outras vitórias alcançadas por mulheres criadoras de abaixo-assinados, como um contra assédio em aplicativos de táxi e outro para que uma menina pudesse jogar futebol.

Empoderamento feminino

Ao falar sobre a importância do engajamento em causas sociais para a conquista de direitos fundamentais, a influenciadora digital ressaltou o quanto as mulheres ainda sofrem preconceitos e pressões da família e sociedade, e como deveriam se unir para conquistar a igualdade de direitos entre elas e os homens. “Se as mulheres se unirem e formarem um grupo de apoio entre elas, independente de cor, religião, visão política, estilo de roupa, serão mais fortes que todos os homens juntos. Mas se elas se criticarem, se julgarem, vamos continuar onde estamos, bem longe ainda [da igualdade]”, comentou Paula, que faz trabalho voluntário desde os 12 anos.

Durante o workshop, Simone, a defensora dos animais, contou para as estudantes como usa abaixo-assinados criados na plataforma para pressionar o poder público e conquistar direitos. “A petição é importante para nos dar visibilidade”, explica. Ela apoiou um abaixo-assinado que pedia a liberação do transporte de pets no metrô e agora tem outros dois abertos: um pela ampliação do horário do transporte de animais de estimação nos ônibus e outro pela aceitação de faltas justificadas de empregados que tenham urgências veterinárias com cães e gatos.

Às meninas que assistiam ao debate, Simone destacou que o sentimento de que alguma coisa está errada é o que move as pessoas a quererem transformar realidades. “Vocês são jovens e vão mudar o mundo, mas para mudar o mundo a gente não precisa viver o problema. A gente tem que sentir o problema do outro e querer mudar”, comentou sobre causas que podem ser apoiadas por qualquer pessoa, independente de elas estarem ou não sendo afetadas pela questão.

Paula é um exemplo de líder que, mesmo sem ser diretamente atingida, abraçou a causa de outras pessoas. Além da campanha do medicamento para AME, a influencer tomou a frente de uma mobilização para que o SUS forneça curativos especiais a portadores de epidermólise bolhosa, mutação que ocasiona o surgimento de diversas bolhas e lesões na pele. “Se cada jovem se engajar e escolher uma causa, abraçar uma campanha, divulgar ou se tornar porta-voz, se uma mulher se tornar líder de movimento, a gente vai ter em 10 anos uma melhoria muito grande porque em nossos governos essas melhorias só acontecem se a gente pressionar”, enfatiza.

“Onde vocês estiverem, vocês podem mudar alguma coisa”, falou a digital influencer
Créditos: Fábio Mendes Teixeira/Coletivo UNI
“Onde vocês estiverem, vocês podem mudar alguma coisa”, falou a digital influencer

Elas Mudam o Mundo

Realizado com o objetivo de fomentar a voz de jovens mulheres, treiná-las para o uso da ferramenta tecnológicas de transformação social, além de apresentar meios de conectá-las ao poder público, o workshop “Elas Mudam o Mundo” teve como público as estudantes da Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha), e ainda contou com a participação de alunas de outros colégios de São Paulo, como Gabriela Medeiros, que tem 17 anos e cursa a 3ª série do Ensino Médio da Escola Viva.

Gabriela se disse “tocada” pelo programa de empoderamento feminino. “Eu acho muito interessante trazer isso para os jovens, porque está muito linkado com a necessidade de uma mudança de comportamento que vem desde a infância: a gente começar a criar o hábito de lutar por algumas causas sociais”, explicou a estudante. “[O workshop] mudou, na verdade, a minha visão de algumas coisas, porque realmente como [as convidadas] disseram, nós jovens temos muita preguiça de fazer algumas coisas e isso me tocou muito porque eu sinto isso”, completou.

Como um dos resultados do programa, as alunas Alice Lauria e Lena Giuliano lançaram, em nome do coletivo “Eu não sou uma Gracinha”, um abaixo-assinado para que a Fuvest amplie o número de autoras mulheres na lista de livros obrigatórios do vestibular. Alice, que tem 16 anos e cursa a 2ª série do Ensino Médio, se disse surpresa sobre como é fácil abrir petições online e como isso pode mobilizar pessoas. “Eu nunca tinha pensado em criar uma petição e criei uma que realmente me interesso pelo assunto e acho que é uma causa digna de atenção”, comentou.

Ao longo deste ano, a Change.org ainda realizará outras oficinas para empoderar mais mulheres.

Em parceria com Change.org (Oficial)

O maior portal de petições online do Brasil. São 329 milhões de pessoas fazendo a diferença em 196 países e 26 milhões só no Brasil.

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