Villa sobre Bolsonaro: despreparado e estimula neonazistas

Um comentário feito às vésperas das manifestações pró-Bolsonaro teria sido a gota d’água para o afastamento do historiador e comentarista político Marco Antonio Villa da rádio Jovem Pan.

Em sua última participação no “Jornal da Manhã”, na sexta-feira (24), Villa disse que Bolsonaro era despreparado e estava estimulando o neonazismo no país ao convocar atos para atacar o Supremo e o Congresso.

Marco Antonio Villa se revolta e explica afastamento da Jovem Pan
Créditos: Divulgação/JovemPan
Marco Antonio Villa se revolta e explica afastamento da Jovem Pan

“Um presidente não tem compostura, não tem preparo. Não tem articulação política. Reforça a crítica ao parlamento, estimulando atos neonazistas, como do próximo dia 26, que é claramente no sentindo de fechar o Supremo, fechar o Congresso e impor a ditadura. E o presidente estimula isso”, disse Villa.

Em entrevista ao UOL nesta terça-feira (28), Marco Antonio Villa disse que não está de férias e nem foi demitido.  O comentarista disse ainda ter recebido o pedido de afastamento com ‘surpresa’.

“Recebi o comunicado com surpresa e não gostei, obviamente. Mas é evidente que eu aceitei. Continuo trabalhando, potencializando nas redes sociais, no meu canal no YouTube (enquanto o país está explodindo)”.

O súbito afastamento fez com que ouvintes e blogueiros aventassem a possibilidade de o governo Bolsonaro ter pedido a cabeça de Villa.

Ao Uol o comentarista disse: “Seria leviandade da minha parte dizer que ele teve um dedo nessa história. Não posso dizer que ‘sim’, nem que ‘não’. Seria uma irresponsabilidade”, avalia.

Em relação às reclamações da militância pró-governo, Villa garantiu que tratará Bolsonaro igual tratou Temer e Dilma.

“Não estou contra o governo, mas também não sou a favor. Eu comento com absoluta independência. Isso não agrada no Brasil. O poder não gosta de liberdade”