Lindas Fotos de Thomas Roma de um Parque de Cruising Gay no Brooklyn

Por: Catraca Livre

Apesar de já ter exposto no Museu de Arte Moderna e no Centro Internacional de Fotografia, além de ser o fundador e diretor do programa de fotografia da Universidade Columbia, Thomas Roma nunca teve uma exposição solo numa galeria de Nova York. Mas isso muda agora graças à abertura, na Steven Kasher Gallery, de In the Vale of Cashmere, com fotos em preto e branco tiradas entre 2008 e 2011 na área do Prospect Park, um lugar conhecido como Vale of Cashmere. Essa área do parque é fechada, acessível apenas por buracos na cerca, e ela é conhecida no Brooklyn como um local de cruising para homens gays.

Construído como um playground para crianças da sociedade no final do século 19, o parque hoje está negligenciado e coberto pelo tipo de mato mutante que só cresce no solo urbano. Apesar de um grupo estar levantando dinheiro para renovar o local, ele sobreviveu ileso ao constante ciclo de renovações de Nova York, tanto que andar por ele dá uma sensação cinematográfica de estar de volta ao passado. Essa qualidade naturalmente anacrônica, amplificada pela fotografia em preto e branco e a luz filtrada pelas folhas, se mostra na gravidade silenciosa das fotos de Roma.

 
 

“Essas imagens são sobre uma espécie de fugacidade”, Roma me disse enquanto tomávamos chá na casa localizada no Brooklyn, entre o parque e o Cemitério Greenwood, onde ele e a esposa, Anna, criaram o filho Giancarlo. “Conhecemos essa luz. Você sabe que essa luz direcional vai desaparecer. Você sabe disso porque está vivo, está no mundo, não porque é um fotógrafo.”

Com sua família à mesa, conversamos sobre luz, fotografia, a realização de coisas que não são boas para o crescimento como artista e ser humano. Falamos sobre como foi visitar o parque três ou quatro vezes por semana, fazer essas fotos no curso de três anos e se tornar vulnerável às outras pessoas como um ato de amor. Em certo ponto, ele contou uma história sobre fotografar um homem no parque enquanto a noite caía. (“Sei de um lugar onde ainda há alguma luz”, o homem falou. “Venha comigo.”)

Entretanto, também falamos sobre a natureza extremamente política do tema e o que significa para um artista heterossexual branco fazer esse tipo de trabalho em 2015. Essas são as partes da conversa que incluí aqui, porque acho que ninguém vai negar que os retratos de In the Vale of Cashmere são belíssimos e suas paisagens são líricas. Embora acredite que as pessoas possam questionar as motivações de Thomas Roma ou imaginar se ele deveria ser a pessoa tirando essas fotos. A chave, para mim, é que seus temas parecem poderosos.

Ele começou me contando sobre seu processo. [Continue lendo aqui.]