Vinte e cinco anos sem Henfil

Conheça um pouco da vida e obra do cartunista que imortalizou traços simples, engraçados e críticos

A crítica social esteve sempre presente nos traços de Henfil

No dia 4 de janeiro de 1988, há 25 anos, morria o desenhista, jornalista e escritor Henrique de Souza filho, mais conhecido como Henfil.  Símbolo da luta contra a ditadura militar no Brasil, o cartunista foi vítima de complicações da AIDS que contraiu durante uma transfusão de sangue.

Henfil foi embalador de queijos, contínuo em uma agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 1960, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos. Em 1964, começou a trabalhar na revista Alterosa, de Belo Horizonte, a convite do editor e escritor Robert Dummond. Ali nasceram a HQ Os Fradinhos e o apelido que carregaria para sempre – uma contração de Henrique Filho. Em 1965, passou a produzir caricaturas políticas para o jornal Diário de Minas, e em 1967, criou charges esportivas para o Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro. Colaborou, ainda, para as revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro. A partir de 1969, passou a colaborar para os jornais O Pasquim e Jornal do Brasil, o que tornou seus personagens deste período bastante populares em todo o país.

O cartunista integrou a equipe d’O Pasquim, que fazia jornalismo contra a ditadura

Em 1970, lançou a revista Os Fradinhos. Nesse momento, a produção de histórias em quadrinhos e cartuns de Henfil já apresentava características específicas: um desenho humorístico político, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros. Após uma década de trabalho no Rio de Janeiro, Henfil mudou-se para Nova York, onde passou dois anos em tratamento de saúde e escreveu o livro “Diário de um Cucaracha”.

Além das histórias em quadrinhos e cartuns, Henfil realizou, em co-autoria com Oswaldo Mendes, a peça de teatro “A Revista do Henfil”. Além disso, escreveu, dirigiu e atuou no filme “Tanga – Deu no New York Times” e teve, ainda, uma incursão na televisão com o quadro TV Homem, do programa “TV Mulher” (Rede Globo). Como escritor, publicou sete livros: “Hiroshima, meu humor” (1976), “Diário de um Cucaracha” (1976), “Dez em humor” (coletânea, 1984), “Diretas já” (1984), “Henfil na China” (1980), “Fradim de Libertação” (1984) e “Como se faz humor político” (1984).

Mas o cartunista se destacaria principalmente por seu posicionamento político, sobretudo devido ao seu engajamento na resistência à ditadura militar no Brasil, lutando pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já.

Henfil deixou a terra, mas as coisas que fez permanecem. Conheça um pouco mais de sua obra na galeria abaixo.

Biografia: Cetro Cultural São Paulo

Por Redação