Dimenstein: Bolsonaro só daria certo se não fosse Bolsonaro
A palavra “impeachment” circula cada vez mais entre os políticos — mesmo entre os ligados ao governo.
Junta-se a isso a fragilidade do governo no Congresso, as brigas entre assessores presidenciais, as denúncias contra a família Bolsonaro, a volta das manifestações de rua e, por fim, o agravamento da crise econômica.
A verdade é simples: Bolsonaro só daria certo se ele, na Presidência, não fosse Bolsonaro.
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Toda a sua vida foi feita com base em confrontos e ataques destemperados. Não era um político de diálogos e apaziguamento. Daí suas defesas da tortura e até do fuzilamento de políticos como Fernando Henrique Cardoso.
Esse estilo até serve para se eleger. Mas não serve para governar, que exige usar as pedras não para atirar, mas para construir pontes.
Bolsonaro nunca teve nenhuma experiência de gestão. Mas se ele não fosse Bolsonaro, teria colocado a seu lado servidores experientes em gestão e lhes dado força.
Como Bolsonaro continua Bolsonaro, Olavo de Carvalho, uma fraude intelectual, virou guia, associado aos filhos.
Bipolar
Como já se viu, os filhos, como o pai, são despreparados intelectualmente e destemperados. O mais influente deles — Carlos — já foi diagnosticado com bipolaridade.
Já vimos também o que significa alguém com bipolaridade controlando as redes sociais de um presidente da República. Alguém que nem sequer conhece os rudimentos básicos da língua portuguesa.
O resultado está aí — e é previsível. O governo se desmanchando a cada dia, enquanto Bolsonaro acentua ainda mais seu jeito de ser Bolsonaro.
Assim entendemos por que ele chama os estudantes de idiotas e imbecis, ajudando a oposição.
Ou que tenha criado tantos atritos desnecessários, quando deveria estar focado em erguer pontes para aprovar as reformas vitais ao crescimento econômico.
Daí se entende por que lançou uma guerra contra os meios de comunicação, um dos seus maiores aliados na reforma da Previdência.