Dimenstein: jornalista sério não precisa temer prisão por Fake News

A pena para quem divulgar notícias falsas com objetivo eleitoral é de dois a oito anos de reclusão

Há uma grita nas redes sociais, especialmente de comunicadores associados a Jair Bolsonaro, contra a decisão do Congresso de estabelecer prisão a quem produzir Fake News nas eleições.

O Congresso derrubou o veto do presidente.

Não vou entrar no mérito da lei.

O que posso dizer, com toda certeza, é que nenhum comunicador sério (repito, nenhum) precisa temer essa lei.

O motivo é simples.

A pena para quem divulgar notícias falsas com objetivo eleitoral é de dois a oito anos de reclusão.

Mas apenas será aplicada quando for comprovado que o acusado sabia da inocência do alvo da notícia falsa propagada.

Ou seja, jornalista sério não cria uma notícia mentirosa sabendo da inocência de sua vítima.

Quem faz isso é chantagista e picareta.

Consegue imaginar um profissional sério acusando um candidato de colocar nas creches mamadeira em forma de piroca?

A mamadeira de piroca, uma das Fake News que circulou nas eleições por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro
A mamadeira de piroca, uma das Fake News que circulou nas eleições por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro

O jornalista pode até publicar uma informação mentirosa ou equivocada.

Isso faz parte da profissão.

O que se faz é corrigir. Ou tomar um processo.