Globo: Celso de Mello, o ministro que não se curva às redes
Ministro reforçou que não cabe ao Supremo, mas ao Congresso, definir crimes
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu um recado ao governo Bolsonaro, em especial a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, na leitura do seu voto no julgamento de duas ações que discutem a discriminação contra a população LGBT, nesta quinta-feira (14).
“Meninos vestem azul e meninas vestem rosa– essa concepção de mundo impõe, notadamente em face dos integrantes da comunidade LGBT, uma inaceitável restrição às suas liberdades fundamentais, submetendo tais pessoas a um padrão existencial heteronormativo incompatível com a diversidade e o pluralismo que caracterizam uma sociedade democrática”, disse o ministro, em tom de crítica à uma fala de Damares nos primeiros dias deo governo Bolsonaro.
“Ontem o decano transformou seu voto em libelo contra o avanço do obscurantismo. Lembrou que a Constituição protege os direitos das minorias, atacadas por porta-vozes de “doutrinas fundamentalistas”, escreveu Bernardo Mello Franco em sua coluna no “O Globo” de hoje.
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“Celso disse saber que será “mantido no índex dos cultores da intolerância, cujas mentes sombrias que rejeitam o pensamento crítico”. Mesmo assim, defendeu que é preciso afirmar a “função contramajoritária” do Supremo — ou seja, sua independência em relação às patrulhas ideológicas e ao tribunal do Facebook”.