Alunos de escola pública lançam satélite em órbita
por Patrícia Gomes, do site PorVir
Eles não são doutores do MIT, não trabalham para a Nasa nem fazem pós graduação em um programa milionário de alguma das agências espaciais espalhadas pelo mundo. A turma, que há quase dois anos estuda técnicas para construir uma peça aeroespacial e maneja tecnologia específica para lançar um satélite em órbita, o Tancredo I, é formada por meninos e meninas de 12 anos da escola municipal Tancredo Neves em Ubatuba, São Paulo. Sim, 12 anos. Estão no oitavo ano do ensino fundamental e vêm, principalmente, da comunidade de baixa renda vizinha da escola.
Sem que soubessem, porém, um mundo de oportunidades iria se abrir a partir de fevereiro de 2010, quando uma notinha publicada em uma revista de ciências caiu nas mãos do professor de matemática Candido de Moura. O texto falava que uma empresa na Califórnia estava vendendo kits que permitiam a construção de satélites de pequenas dimensões e que, depois de pronta, a peça poderia ser lançada para o espaço.
- Projeto gratuito ajuda aluno da rede pública a entrar na faculdade
- ESPM lança programa gratuito para alunos de escolas públicas
- Mãe se revolta após escola dizer que desenho de criança é ‘inapropriado’
- PUC-SP lança Escola de Verão com cursos de tecnologia, diversidade, artes e mais
Moura então resolveu que tentaria comprar o kit para construir o satélite com os alunos. “Eu gosto dessa parte prática. Não queria fazer esses exercícios de sala de aula que vêm prontos, com número preparado para a resposta não dar valor quebrado”, afirma o professor. Ele telefonou para a empresa, disse que queria comprar. A recepção foi calorosa, mas veio com um aviso. “Eles ficaram empolgados com a perspectiva de ter meninos de 10 anos construindo o satélite, mas avisaram que precisaríamos de ajuda técnica para colocar o projeto em prática”.
Moura tinha então três problemas para resolver: reunir gente que tivesse vontade de tocar o projeto, conseguir financiamento de US$ 8.000 para comprar o kit e, por fim, ter a ajuda de quem entendia do assunto para o desenvolvimento do conhecimento específico. O primeiro, diz o professor, foi o mais fácil, afinal não era problema juntar pessoas interessadas em construir um satélite. O segundo, que era verba, também se resolveu com o contato com patrocinadores. Para o terceiro ponto, bateu à porta do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), foi recebido com entusiasmo e fechou a parceria. Leia matéria na íntegra no site PorVir