Conheça alguns dos 53 estudantes nota mil na redação do Enem

32 das 53 redações nota mil foram escritas por mulheres

Entre os 3,9 milhões de candidatos que fizeram a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2019, apenas 53 pessoas tiraram a nota máxima de mil pontos na redação. E segundo o MEC (Ministério da Educação), as mulheres escreveram 32 das 53 redações nota mil.

As redações com nota máxima são de estados do nordeste, sudeste e centro-oeste: Alagoas (2); Bahia (1); Ceará (6); Distrito Federal (2); Espírito Santo (1); Goiás (4); Maranhão (1); Mato Grosso do Sul (1); Minas Gerais (13); Paraíba (1); Pará (2); Pernambuco (1); Piauí (2); Rio Grande do Norte (6); Rio de Janeiro (6); São Paulo (4).

O tema desta edição foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. O texto deveria ser do tipo dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, desenvolvido a partir da situação-problema proposta e de subsídios oferecidos pelos textos motivadores.

Júlia Fernandes Cruz

Júlia Fernandes Cruz
Créditos: Reprodução/Helene Santos/SVM
Júlia Fernandes Cruz

Entre as participantes que se destacaram na redação está a cearense Júlia Fernandes Cruz, de 17 anos. Em entrevista ao Diário do Nordeste, ela conta que treinou bastante o repertório sociocultural, com leitura de livros e acompanhamento de notícias. A estudante também aponta como essencial o treino da escrita.

“Além do treino, acho indispensável se manter informado sobre questões em pauta no atual governo, saber o que os corretores procuram no texto”, disse Júlia ao jornal. Ela pretende ingressar no curso de odontologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Raquel Araújo Merisio

Raquel Araújo Merisio
Créditos: Reprodução/ TV Gazeta
Raquel Araújo Merisio

Outra estudante que arrasou no texto foi a Raquel Araújo, de 20 anos, que mora em Linhares (no norte do Espírito Santo). “Eu nem acreditei de primeira. Eu acreditava que eu ia tirar uma nota boa na redação, mas não acreditava de verdade que eu ia tirar mil”, contou à TV Gazeta.

A jovem ainda disse que estudava, em média, oito horas por dia. “Ficava na escola estudando e me dedicava bastante à redação.” Seu plano é cursar medicina e tentar uma vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) — que está com inscrições abertas até o próximo domingo, 26.

Aldillany Maria

Aldillany Maria
Créditos: Arquivo Pessoal
Aldillany Maria

Vamos agora até Girau do Ponciano, cidade no Agreste de Alagoas, onde mora Aldillany Maria, de 20 anos. Ela é uma das duas alagoanas que tiraram nota mil na redação do Enem. Já experiente, Aldillany havia conseguido notas máximas nas redações dos vestibulares 2019 e 2018 da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), segundo reportagem do G1 AL.

“Eu não acredito que não tenha muito segredo. É como sempre dizem: muito esforço, dedicação, leitura, estar sempre se atualizando. Geralmente fazia uma redação por semana. Sempre procurava ter essa disciplina de fazer uma por semana e ir corrigindo com os professores”, disse ela ao portal. Seu sonho também é cursar medicina.

Gabriel Merli

Gabriel Merli
Créditos: Divulgação/Poliedro
Gabriel Merli

Já no sudeste, Gabriel Merli, de 18 anos, teve uma grande surpresa ao entrar no site do MEC e verificar sua nota do Enem. Ele figura no seleto grupo de 53 estudantes que alcançaram a nota máxima na redação. Para alcançar esse resultado, Merli fez um ano de cursinho (estudou no pré-vestibular Poliedro) e, com a orientação de professores, produziu uma redação por semana de diversos temas.

Aspirante a ingressar em uma faculdade pública de medicina, o candidato prestou neste ano os vestibulares Fuvest, Unicamp, Unifesp, Unesp e vai utilizar a nota do Enem no Sisu para tentar faculdades como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Além do desempenho excelente em redação, ele também pontuou bem na prova de Matemática e suas Tecnologias, com 936,3 pontos.

Carolina Alves Dias

Carolina Alves Dias
Créditos: Arquivo Pessoal
Carolina Alves Dias

“Filha de pescador também pode ser juíza”, disse Carolina Alves, 21 anos, ao Jornal da Paraíba. A jovem, natural de Coremas, no Sertão da Paraíba, é a única a conseguir o resultado máximo na redação dentro de seu estado. Estudante de escola pública, seu objetivo é ingressar em um curso de direito.

Gabriela Lopes Alencar

Dos mais de 3,9 milhões de participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2019, apenas 53 tiraram nota 1.000 na redação, o que demonstra o tamanho do desafio. No Distrito Federal, duas estudantes, de 19 e de 21 anos, conquistaram a façanha.Gabriela Lopes Alencar é uma delas, aos 19 anos ela pretende cursar medicina. Aluna do Único Educacional, em Taguatinga, nas edições do Enem de 2017 e 2018, ela tirou 900 na redação e, em 2019, se dedicou ainda mais parar tirar a nota 1.000. #ÚnicoEducacional #aprovação #Enem #redação

Posted by Único Educacional on Monday, January 20, 2020

No Distrito Federal, duas estudantes, de 19 e de 21 anos, conquistaram a nota mil. Gabriela Lopes Alencar, 19 anos, é uma delas. O treino constante e a orientação de professores foram essenciais para o resultado.

A aluna, que pretende cursar medicina, destacou a importância de cuidar da saúde mental. “Os alunos que estudam para o Enem precisam cuidar da saúde mental. Eu via gente que não dormia direito, que dizia ‘vou estudar até morrer’ e, às vezes, tinha resultado até pior”, disse em entrevista ao Correio Braziliense. “Eu priorizei me cuidar”, concluiu.

Thiago Coutinho Nakazone

Thiago Coutinho Nakazone
Créditos: Arquivo Pessoal
Thiago Coutinho Nakazone

O recifense Thiago Nakazone, 18 anos, que deseja cursar arquitetura na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está entre os candidatos que conseguiram a maior nota. O estudante concluiu o último ensino médio em 2019 e já havia feito o Enem em anos anteriores. Para treinar a escrita, fazia cerca de duas redações por mês.

Ele explica como construiu a sua redação. “Eu tomei como base alguns filósofos como Aristóteles, a quem eu poderia recorrer para argumentar. Não parei para assistir aos jornais, mas, sempre que estava em casa, via as notícias ou olhava o celular. Isso também me ajudou”, afirmou ao G1 PE.