Professora cria engenhoca incrível para incentivar a leitura
Entender que “o professor precisa ser um observador atento da criança” passa por colocar em prática uma escuta ativa de suas maiores dificuldades e bloqueios de aprendizado. Para a mineira Lucienne de Castro Gomes, professora de inglês da Escola Municipal José Madureira Horta, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, foi essa aproximação do universo que permitiu detectar uma alternativa possível para superar os obstáculos de seus alunos em sua disciplina.
Ao perceber que muitas crianças ficavam envergonhadas quando eram solicitadas a fazer leituras em voz alta – prática comum para assimilar um idioma estrangeiro – ela teve a ideia de criar um recurso educativo. Assim surgiu o Whisper Phone (“Telefone do Sussurro”). Trata-se de um objeto similar a um telefone, que capta a voz do estudante individualmente, amplifica o som e o retorno vem somente para quem estiver utilizando. Assim, a criança ouve o que está lendo, o que facilita o aprendizado, e não se sente constrangida de errar na frente dos colegas.
Em entrevista ao portal mineiro Canguru, Lucienne conta que essa individualização do processo de aprendizado possibiliza que os alunos participem de uma atividade de leitura oral ao mesmo tempo em que cada um cada escuta somente a si mesmo, o que auxilia também na concentração.
A ideia de criar o seu Whisper Phone surgiu quando a professora pesquisava recursos lúdicos de ensino na internet. Ela descobriu que a ferramenta era vendida nos Estados Unidos por mais de U$ 100 dólares cada. Então, ela resolveu adaptar a ideia para o modo artesanal. Usando tubos de PVC e muita criatividade, ela investiu R$ 30 para confeccionar R$ 20, e foi se empolgando para testar novos materiais.
O acessório fez tanto sucesso que foi apresentado em uma formação para educadores promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizente, e aos poucos chegou a outras escolas da cidade, e em outras disciplinas, inclusive para otimizar o acompanhamento de crianças com deficiência.
“Pedi aos alunos que lessem uma poesia em voz alta e a leitura foi um pouco confusa e muito tímida. Então, entreguei a um grupo de estudantes os fones. Pedi a todos para lerem a poesia que estava no quadro e os alunos que utilizaram os fones leram com confiança, enquanto que alguns alunos que não os tinham não se ‘arriscaram’ a ler em voz alta. Depois, solicitei que os estudantes que utilizaram os fones os passassem para os colegas que não tinham utilizado. Dei-lhes outra poesia (Yellow) e fiz o teste novamente. Resultado: os alunos leram os textos com mais confiança”, conta a professora.
*Com informações de Canguru Online
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