Intercâmbio cultural por vídeo: conheça essa artimanha incrível
Usar a tecnologia a favor do aprendizado requer criatividade e disposição para experimentar o novo. Pensando nisso, Gabriela Ferreira de Souza, mestranda pelo programa Multiunidades de Educação em Ciências e Matemática (PECIM) pela Unicamp e pesquisadora sobre o uso de novas tecnologias para a melhora do processo de ensino resolveu investigar o que aconteceria se utilizasse a possibilidade da videoconferência para promover o intercâmbio cultural entre os alunos.
Em um relato publicado no Porvir, ela conta como foi a experiência, que aproximou crianças brasileiras e croatas por meio de uma simples tela.
A iniciativa aconteceu na escola municipal Padre José Narciso Vieira Ehremberg, em Campinas, como complemento às atividades de ciências.
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Tudo teve início na aula de sistema digestório, quando um dos alunos perguntou se todas as crianças do mundo se alimentavam com arroz e feijão. Logo, eu disse que não, cada país possui hábitos alimentares específicos que, em geral, estão intimamente ligados às práticas agrícolas. A partir daí, surgiu a ideia de organizar um encontro entre as crianças de Campinas e as crianças de outros países para que esta pergunta fosse respondida com mais propriedade.
Graças à parceria com uma professora da Croácia, Gabriela conseguiu concretizar a videoconferência entre as crianças dos dois países, que aconteceu via Skype.
“Antes do encontro virtual, preparei uma aula de “imersão cultural croata”. Conversei com a professora para obter informações que ela julgava serem importantes para que os alunos brasileiros conhecessem melhor o contexto do seu país. No dia da videoconferência, fiz uma breve aula expositiva a respeito da Croácia, compartilhando informações relevantes, como localização, língua oficial, número de habitantes e pontos turísticos”, conta.
Devido à diferença de idiomas, a mediação da conversa foi feita pelas professoras, em inglês. E tudo começou de um jeito bem simples: os pequenos diziam o seu nome, idade e o que gostavam de fazer. A partir daí, as trocas aconteceram, e as crianças puderam conhecer como seus colegas croatas lidam com a alimentação.
A professora conta que a experiência rendeu não só um incremento de conhecimento acerca da cultura do país estrangeiro, mas principalmente o desenvolvimento de um maior senso de empatia com o diferente.
“Após o encerramento da videoconferência, conversamos a respeito das diferenças e semelhanças observadas entre a realidade brasileira e a croata. Foi possível perceber que, conforme a atividade avançava, as crianças começaram a desenvolver empatia pelos alunos croatas, pois no início não percebemos muita interação e/ou curiosidade. No entanto, ao final, os alunos estavam se revezando para perguntar e comentar”, explica.
“Muito mais do que uma atividade diferente na aula de ciências, a videoconferência foi uma aula de cidadania e globalização, despertando empatia a respeito daqueles que até então eram pouco conhecidos”, conclui.
Clique aqui para ler o depoimento da professora na íntegra.
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