Irritação dos franceses com a vitória brasileira no salto

Quem fez Thiago Braz da Silva vencer a medalha de ouro foi o candomblé. Ridículo? Não para os franceses.

O treinador do francês Renaud Lavillenie, medalhista de prata no salto com vara na noite de segunda-feira, sugeriu que a vitória do brasileiro pode estar relacionada a “forças místicas, talvez as do candomblé”. “Thiago conseguiu um salto de 6,03m. Ele pode ter contado com a ajuda de forças místicas, talvez as do candomblé”, afirmou Philippe d’Encausse, em entrevista ao jornal francês Le Monde.

Renaud Lavillenie ficou com o segundo lugar após saltar 5,98m, cinco centímetros a menos que o brasileiro Thiago Braz da Silva, que garantiu o primeiro ouro masculino na história do salto com vara e ainda quebrou o recorde olímpico.

O francês Renaud Lavillenie (foto) perdeu o ouro para o brasileiro Thiago Braz e comparou vaias da torcida a Alemanha nazista de Hitler
O francês Renaud Lavillenie (foto) perdeu o ouro para o brasileiro Thiago Braz e comparou vaias da torcida a Alemanha nazista de Hitler

Nem as mais otimistas das apostas poderiam prever o que aconteceu ontem no Engenhão durante a final da competição do salto com vara masculino. As Olimpíadas do Rio de Janeiro realmente vieram para abalar as estruturas.

Favorito ao ouro nesta modalidade, o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico em 2012, foi surpreendido pelo brasuca, que ganhou a competição e deixou Lavillenie com a prata.

A derrota, e a forma como ela aconteceu, irritaram o francês, que saiu reclamando das vaias da torcida e comparou o público do Engenhão aos alemães nazistas que vaiaram Jesse Owens, um negro americano, na Olimpíada de 1936, em Berlim.

“Não houve fair play (jogo justo) por parte do público. Isso é para futebol, não para o atletismo. Em 1936, o público estava contra Jesse Owens. Não víamos isso desde então. Preciso lidar com isso. Para as Olimpíadas, não é uma boa imagem. Não fiz nada para os brasileiros”, declarou ele logo após o salto.

A declaração pegou mal. No momento em que o ouro ficou entre Lavillenie e Thiago, a torcida vaiou e desconcentrou o francês, que se irritou com a situação. Ele mesmo, porém, admitiu que não cabia uma comparação com o nazismo. “Eu acho que cometi um erro. Foram minhas primeiras palavras e eu não me dei conta, não queria comparar a isso. Foi só sentimento que eu tive. Na minha vida toda eu nunca tive um sentimento como esse. Foi provavelmente porque estava muito irritado. Como eu disse antes, quando você treina muito forte para a competição da sua vida e tem uma torcida como essa, não é fácil”, disse Lavillenie, mantendo o tom contra o público.

Assista ao salto de ouro do brasileiro Thiago Braz da Silva:

https://www.youtube.com/watch?v=Yf3tZpkLBVU