Benedict Cumberbatch pode ser condenado pelo passado escravagista de sua família
Decisão de Barbados, país da América Central, vai punir descendentes de famílias que usaram escravos para enriquecimento próprio nos séculos passados
O ator Benedict Cumberbatch, famoso por seus papéis em “Ataque dos Cães” e “12 Anos de Escravidão”, pode ser condenado e ter um grande prejuízo financeiro devido ao passado escravagista de sua família.
Seus antepassados eram donos de terras em Barbados, na América Central, entre os séculos 18 e 19, e compraram escravos para trabalharem nas plantações de algodão e açúcar.
“Todos os descendentes de proprietários de plantações brancos que se beneficiaram do tráfico de escravos devem pagar indenizações, incluindo a família Cumberbatch”, afirmou o secretário-geral do Movimento das Caraíbas pela Paz e Integração, David Denny, ao jornal The Telegraph.
A decisão foi tomada pelo governo de Barbados que, nos últimos meses, criou uma comissão para que se reparem os danos causados pelas famílias proprietárias das plantações e de escravos.
De acordo com informações do The Telegraph, o sétimo bisavô do ator, Abraham Cumberbatch, comprou a plantação Cleland em St Andrew, Barbados, em 1728, que tornou-se o lar de 250 escravos até a escravidão ser abolida mais de 100 anos depois.
A escravatura foi abolida em 1834 e o governo britânico ofereceu uma compensação aos proprietários que perderam as suas terras, tendo a família Cumberbatch recebido, na época, 6 mil libras, um valor que, atualmente, segundo cálculos feitos pelo jornal The Telegraph, chegaria a € 1,1 milhão (cerca de R$ 6,3 milhões).
O ator falou publicamente sobre a história escravista de sua família pela primeira vez em 2009, após atuar em Jornada pela Liberdade (2006), que retrata a batalha para abolir a escravidão na Grã-Bretanha.
Na época que estava promovendo o filme, o ator disse ao The Daily Mail que viu o trabalho como uma “espécie de pedido de desculpas” pelo papel de sua família no tráfico de escravos. Além disso, ele revelou que sua mãe uma vez o aconselhou a não usar o sobrenome da família profissionalmente.