Carol Nakamura fala o porquê do filho adotivo ter voltado para a mãe biológica

A atriz havia conhecido Wallace quando ele tinha apenas 9 anos, durante uma ação que ela foi fazer no lixão do Gramacho, região metropolitana do Rio

Em uma série de postagens em seu perfil do Instagram, a atriz Carol Nakamura falou sobre a decisão do filho adotivo de ir morar com a mãe biológica.

Carol Nakamura fala o porquê do filho adotivo ter voltado para a mãe biológica
Créditos: Reprodução/Instagram @carolnakamura
Carol Nakamura fala o porquê do filho adotivo ter voltado para a mãe biológica

Nos stories, depois de relatar como conheceu o garoto e como se deu a decisão, ela defendeu a criança. “Não critiquem o Wallace em hipótese alguma, independente de ele estar morando comigo ou não, ele continua sendo meu filho, na minha cabeça, no meu coração. Ele é pré-adolescente que não teve educação, não teve regra na infância ele, então, é óbvio que não se acostumou com isso. Então, por favor, não julguem nunca, em possibilidade alguma, a atitude dele.”

Ela ainda diz que defende a adoção de crianças e isso não mudou por causa da experiência que ela teve. “Adoção é um ato de amor, de carinho, de empatia, de compaixão, de solidariedade, de Deus. Adoção é a coisa mais que pode acontecer na vida, independente da parte que for difícil, entendeu? O fato do Wallace ter escolhido ir embora não quer dizer que eu me arrependa, só quer dizer que eu estou triste. Só isso, mais nada. Nunca me arrependi.”

A declaração aconteceu após ela falar sobre a decisão do menino na última terça-feira, 31 de maio. Ela também conta como conheceu Wallace, na época com 9 anos, e decidiu trazê-lo para sua residência para que ele pudesse frequentar a escola.

Na terça-feira, 31, a atriz Carol Nakamura contou, que o filho adotivo resolveu voltar a morar com a mãe biológica. “É a vontade dele, ‘Zezinho’ vai fazer 12 anos, ficou três anos, morou, sempre foi muito amado, e ele tem consciência disso, mas ele quis ir para a casa da mãe dele, porque, gente, olha só, primeiro que ele tem uma mãe biológica, depois que, uma criança que cresce, que nasce e cresce, sem regra, é muito difícil”, diz.

Carol conta que conheceu Wallace em uma ação social que fazia no lixão de Gramacho, na região metropolitana do Rio de Janeiro, a três anos atrás. Ao descobrir que ele, então com 9 anos, nunca tinha ido à escola, pediu permissão para a avó do garoto (na época, a mãe não estava presente) se poderia levá-lo para que ele pudesse estudar.

De acordo com a atriz, a responsável concordou desde que ele a visitasse. Carol conta que as visitas ocorriam, inclusive quando a mãe biológica do menino reapareceu.

Nas idas e vindas, a atriz diz que Wallace tinha entendido que Carol estava com a guarda provisória vencida e só tinha a promessa de uma guarda permanente, que nunca foi finalizada. De acordo com ela, o garoto começou a pedir para ir para a casa da mãe toda vez que recebia uma repreensão, e quando estava lá, por período de quinze dias, não ia para a escola.

“O Wallace estava safado, não tem outra palavra para dizer porque ele já tinha entendido que eu não tinha a guarda dele. Então, se a gente brigasse ou colocasse de castigo por alguma coisa que ele fez de errado, ou chamasse atenção, ele queria ir para a casa da mãe. Chegava na casa da mãe, se a mãe fizesse o mesmo, ele queria voltar para cá, e nisso ele ia faltando na aula. Ele estava, não tem outra palavra, sem vergonha. E ele tinha que tomar uma decisão.”

Decisão do menino

A atriz fala que foi pega de surpresa pela decisão, já que o garoto demostrava amor pela família adotiva e sempre tiveram espaço aberto para falar sobre tudo. “Sou uma pessoa que não tem babá, eu sempre cuidei do Wallace, eu lavo a roupa do Wallace, ensino dever de casa, o Guilherme [marido de Nakamura] levava na escola. Somos pais mesmo”, diz. “Mas minha guarda provisória acabou, então, tive que respeitar a vontade dele”.

Ela falou que hoje tem notícias dele e que ele está bem e feliz, porém que, para falar com ele, precisa conversar com uma lista de pessoas, além da mãe biológica, como o namorado e a sogra da mulher, e os vizinhos.

“Eu tentei buscar uma explicação por que ele queria morar com a mãe biológica e ele me falou várias vezes, na minha cara. Porque lá ele solta pipa, ele anda descalço, ele não tem hora para dormir, ele toma banho quando ele quer, então assim, para uma criança, isso é um paraíso.”

Na madrugada desta quarta-feira, 1º de junho, depois da repercussão do caso, Carol pediu para que as pessoas não julgassem o garoto e afirma que é totalmente a favor da adoção.

“O Wallace hoje sabe ler, sabe escrever, o Wallace é inteligente, o Wallace tem um super potencial. É frustrante não morar mais com o Wallace, sim, é frustrante, porém, é muito gratificante uma criança que chegou na minha casa sem saber ler, sem saber escrever, não estava falando corretamente, hoje sabe ler, sabe escrever, tá na escola”, diz.

“Ou seja, claro que valeu a pena. Se eu tivesse que vir ao mundo de novo, faria tudo igual, não mudaria absolutamente nada.”

Ela ainda defende a escolha do menino em ir  morar com a mãe. “Eu falei com ele, com a mãe dele, e ela é super grata, graças a Deus. Ela reconhece todas as coisas, então, por favor, não julguem, isso é chato, é bobo. Incomoda.”