Ex-Ken Humano diz que tentou suicídio antes de se assumir mulher trans

“Tive uma fase muito difícil do ano passado”, disse. “Às vezes eu sentia que tirar minha vida seria mais fácil para mim e para todos ao meu redor”, disse

Rodrigo Alves, modelo brasileiro, que ficou conhecido mundialmente como ‘Ken Humano‘, afirmou que tentou suicídio antes de se assumir mulher transexual. Agora, ela atende pelo nome de ‘Roddy‘. Em entrevista a revista ‘Quem’, disse estar feliz com a nova vida.

Ex-Ken Humano diz que tentou suicídio antes de se assumir mulher trans
Créditos: Reprodução/Instagram
Ex-Ken Humano diz que tentou suicídio antes de se assumir mulher trans

Roddy, que mora na Europa desde os 18 anos, contou que chegou a tentar suicídio antes de se assumir trans. “Tive uma fase muito difícil do ano passado”, disse. “Às vezes eu sentia que tirar minha vida seria mais fácil para mim e para todos ao meu redor”, completou.

Ainda no bate-papo, a ex-Ken Humano, revelou que bebia muito quando chegou na Europa, e que o álcool ajudava a esquecer as angústias da vida.

No Instagram, Roddy falou sobre se reconhecer mulher transexual: “hoje é o dia do meu renascimento. 05/01/2020. Fico muito feliz em poder dividir um pouco da minha vida com vocês! Agradeço a Deus pela a família e Amigos maravilhosos na minha vida. Isso só é um começo de uma nova vida “, escreveu.

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Hj e o dia do meu renascimento 05/01/2020 fico muito feliz em poder dividir um pouco da minha vida com vocês! Agradeço a Deus pela a Famila e Amigos maravilhosos na minha vida .. isso só é um começo de uma nova vida #beleza #moda #fashion #beauty image credits to @_adamgerrard_ & @dailymirror image editing by @dsp._design & @dillonstpaul dress from @lavishalice 👩🏼 stylist Mr @nickhowardlanes

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Após perceber-se com um gênero diferente do que lhe foi atribuído ao nascer, uma pessoa transgênero passa a enfrentar uma verdadeira luta para viver sua identidade. infelizmente, casos de tentativa de suicídio não são incomuns.

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.

Formas de prevenção

Um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa, não dá pistas. Isso não é verdade e devemos considerar seriamente todos os sinais de alerta que podem indicar que a pessoa está pensando em suicidar-se.

Saber reconhecê-los em você ou em alguém próximo é o primeiro e o mais importante passo. Por isso, sempre fique de olho no seguinte:

  • Problemas de conduta ou manifestações verbais

Se alguém está, pelo menos, há duas semanas com conduta ou manifestações verbais referentes à suicídio, fique de olho! Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.

  • Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança

As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos.

  • Expressão de ideias ou de intenções suicidas

Fique atento para comentários do tipo “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “eu queria poder dormir e nunca mais acordar”, “é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar” e outros relacionados. Às vezes esse tipo de fala passa desapercebido por membros da família e amigos.

  • Isolamento

As pessoas com pensamentos suicidas podem muitas vezes se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de socializar.

  • Outros fatores

Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação homofóbica ou transfóbica, ataques racistas, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio.

Lembre-se também que não há “receita” que detecte seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Mas é sempre bom ficar atento, conversar e procurar ajuda!

Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?

Há algumas possibilidades de auxílio nesse momento:

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao modelo asilar.

A Unidade Básica de Saúde (UBS) é o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. É instalada perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e vivem e, com isso, desempenha um papel central na garantia de acesso à população a uma atenção à saúde de qualidade.

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) faz parte da Rede de Atenção às Urgências. O objetivo é concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192.

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias.

A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Também é possível acessar o site do CVV para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita, ou conferir aqui os postos de atendimento.

Ligue 188 – CVV
Créditos: divulgação/Arte Catraca Livre
Ligue 188 – CVV
  • Ajuda psicológica gratuita

Universidades públicas e particulares no Brasil que possuem em sua grade o curso de Psicologia normalmente possuem atendimento psicológico gratuito para a comunidade. Há profissionais particulares que oferecem cotas de atendimento psicológico social para pessoas em situações financeiras vulneráveis. Para saber mais, clique aqui