Fazenda da diversidade? Peões se “transvestem” do gênero oposto
A "troca de gênero" realizada pelos participantes de "A Fazenda 12" não teve uma boa recepção entre internautas
A “Fazenda 12” está apenas no segundo dia e já gerou debates sobre questões de diversidade. Na noite da última quarta-feira, 8, antes do programa entrar ao vivo, os peões decidiram que iam fazer o “dia do troca”, em que homens se vestem com adereços considerados “femininos” e as mulheres, o contrário, colocaram as vestimentas consideradas “masculinas”.
Durante uma conversa, Mateus Carrieri, ator e modelo, disse que essa seria a “edição da diversidade” da “Fazenda”, mesmo que não tenha nenhuma pessoa assumidamente LGBTQIA+ dentre os 20 participantes e só quatro negros estão na disputa pelo R$ 1,5 milhão.
A discussão sobre se “transvestir” já existe faz algum tempo, e nela é debatido como essa “troca de gênero” realizada não só pelos participantes do reality, mas também em festas fantasias, é totalmente problemática.
Pessoas transsexuais e travestis, que sofrem preconceito e são mortas diariamente neste país – o Brasil é o que mais mata a comunidade LGBTQIA+ no mundo – por simplesmente serem elas próprias, são obrigadas a ver pessoas cisgêneras (que se identificam com o gênero de nascimento) se fantasiarem das suas realidades. Isso gerou um grande debate nas redes sociais.
Por que é necessário combater a transfobia?
Dentre as siglas LGBTQIA+, pessoas transsexuais e travestis são sem dúvida a linha de frente no combate contra o preconceito que a comunidade sofre diariamente. No primeiro semestre de 2020, 89 pessoas transgênero foram assassinadas no Brasil, de acordo com a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). Esse número representa um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado.
Confira alguns tuítes que selecionamos de usuários do Twitter falando sobre o assunto:
https://twitter.com/kkyuiu/status/1303838648077561856
https://twitter.com/nalicetuita/status/1303833351887949824