Jornalista da CNN detona ao vivo ‘Krespinha’ da Bombril

Mestre em relações étnicas-raciais, Luciana Barreto deu uma verdadeira aula sobre racismo estrutural

17/06/2020 20:21

Depois da Bombril ser massacrada e acusada de racismo nas redes sociais por relançar uma esponja de aço inox chamada ‘Krespinha’, a jornalista Luciana Barreto, âncora da CNN, detonou o produto ao vivo na emissora, nesta quarta-feira, 17.

Jornalista da CNN detona ao vivo ‘Krespinha’ da Bombril
Jornalista da CNN detona ao vivo ‘Krespinha’ da Bombril - Divulgação

Mestre em relações étnicas-raciais, a jornalista da CNN deu uma verdadeira aula sobre racismo estrutural ao falar da associação pejorativa que a sociedade faz entre a esponja de aço e o cabelo crespo, comum em pessoas negras.

Luciana Barreto, relembrou quantas pessoas de cabelos crespos já foram insultadas, zombadas ao terem seus cabelos comparados com Bombril – nome da empresa que fabrica a esponja de aço que ficou famosa – e como isso impactou  na autoestima de mulheres e homens negros.

“Posso dizer que qualquer pessoa branca ou negra, sabe que chamar o cabelo de meninas negras na escola de Bombril era muito comum como ofensa. Então, meninas negras ressignificaram a palavra; passou a ser cabelo crespo”, afirmou a jornalista, âncora da CNN.

“Agora as pessoas voltam a ser ofendidas por ter seus próprios cabelos, que são da sua natureza, com uma forma de pejorativa de ser chamado. Isso faz parte do racismo estrutural”, explicou Luciana Barreto, além de pedir aos telespectadores que pesquisem sobre o termo para entenderem as diversas formas como o racismo permeia nossa sociedade.

A jornalista e âncora da CNN também ressaltou a forma como crianças são atingidas pelo o racismo estrutural que contribui negativamente na formação da imagem que os pequenos têm de si mesmos

“Crianças não podem mais conviver com o racismo estrutural, porque entra no psicológico, que entra no que a gente chama de autódio. Odiar seu próprio corpo, odiar sua própria cor, odiar seu próprio cabelo. E isso está no mercado de trabalho, no que você é aceito, como você é aceito ou não”, afirmou ela, concluindo. “Não é permitido racismo, porque é crime.”

Após a repercussão negativa, a Bombril decidiu retirar a ‘Krespinha’ do mercado.