Lily Collins fala de elogio problemático que ouviu ao fazer filme

Lily Collins tem se aberto bastante sobre a sua história com a anorexia. Isso porque ela protagoniza o “To The Bone”, filme da Netflix que trata sobre o transtorno alimentar. Nele, uma jovem chamada Ellen passa por um tratamento para ajudá-la a se recuperar do problema.

Lily Collins em “To The Bone”

Preparar-se para o longa não foi fácil. Lily teve de perder peso para fazer o papel de Ellen, e devido ao seu passado, isso foi algo que a deixou preocupada. O processo de emagrecimento foi acompanhado por médicos, e a atriz garantiu que também recebeu muito apoio nos sets de filmagem. “Eu sabia que estaria em um ambiente seguro para explorar isso”, disse ao site Refinery29.

Ainda assim, Lily ouviu um comentário especialmente preocupante na época que estava gravando o filme. E, pior; ele veio em for de elogio. Em entrevista ao The Edit, ela contou a história: “um dia eu estava saindo do meu apartamento e uma pessoa que eu conheço há muito tempo, da idade da minha mãe, me disse: ‘uau, olhe para você!’. Tentei explicar [que havia perdido peso para o papel], e ela disse: ‘não! Quero saber o que você está fazendo, você está ótima!’. Entrei no carro com a minha mãe e disse: ‘é por isso que existe o problema [da anorexia]”.

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Patterns, prints, and my heart on my sleeve…

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A situação passada por Lily lembra a reflexão de Shonda Rhimes sobre a perda de peso: Shonda não gosta de ser elogiada por ter emagrecido. E no caso de Lily, que mudou seu corpo para poder entrar no papel de alguém que está lutando contra um transtorno alimentar tão sério, um elogio à magreza só reforça uma mentalidade bem perigosa.

Infelizmente, ainda é comum ver “gordo” como uma palavra negativa e “magro” como um elogio, quando, na verdade, os dois termos deveriam ser vistos apenas como formas neutras de descrever um corpo. A questão por trás disso são os padrões de beleza, que ditam a magreza excessiva como o bonito – quanto mais distante dessa aparência, pior um corpo seria. É por isso que mulheres como Megan Crabble, Olivia e Mariah Setta levam tão a sério o trabalho dela nas redes sociais, incentivando outras pessoas a amarem seus corpos do jeito que eles são.

A Associação de Transtornos Alimentares americana dá um conselho a quem tem amigos, familiares ou conhecidos que estão enfrentando problemas como a anorexia: evite comentar sobre peso e aparência física. Em vez disso, foque-se em traços de personalidade e outras qualidades que a pessoa tem sem estarem relacionadas com a aparência.