Marcas se recusaram a vestir Ashley Graham para a capa da Vogue

A revista de moda mais icônica de todas convidar a modelo plus size mais famosa do mundo para fazer uma capa é um grande marco. Por isso, Ashley Graham voltou a fazer manchetes quando fez sua primeira capa da Vogue – no caso, a edição britânica de janeiro de 2017. O problema, porém, é que os bastidores desse ensaio também renderam uma notícia decepcionante.

Nova capa da edição britânica da Vogue, com Ashley Graham
Nova capa da edição britânica da Vogue, com Ashley Graham

Na carta que abre essa edição da revista, a editora-chefe Alexandra Shulman revela que algumas marcas se recusaram a providenciar roupas para o ensaio de Ashley Graham. Quem aceitou a oportunidade foi a Coach, que rapidamente fez trajes fora do padrão que eles costumam fazer para amostras. “Eles ficaram entusiasmados em vestir uma mulher que não é uma modelo padrão. No entanto, infelizmente houve outras casas que completamente se recusaram a emprestar suas roupas”, ela contou, sem revelar quais grifes são essas.

Shulman ainda fez uma consideração: “parece-me estranho que enquanto o resto do mundo está desesperado para que a moda abrace definições mais amplas de beleza física, algumas de nossas marcas mais famosas pareçam estar viajando na direção oposta – e, na minha opinião, nada sábia”.

De fato, pensando pelo lado do consumidor, representatividade na mídia – seja em programas de TV, capas de revista ou anúncios – é extremamente importante para ajudar a desconstruir padrões de beleza. Ter Ashley Graham na capa da Vogue é uma inspiração para muitas outras mulheres e meninas que não são magras. No entanto, mesmo se considerarmos apenas o lado mercadológico das marcas (isto é, o objetivo delas de conquistar cada vez mais consumidores), o argumento de que “corpos fora do padrão não vendem” é furado. Exemplo disso é a Aerie, marca de lingerie que decidiu não retocar mais nenhum de seus anúncios: eles só viram as vendas deles crescerem. É mais que hora de termos mais capas de revista como essa da Vogue, não é?