Melhem perde na Justiça para revista que expôs assédio a Calabresa

A decisão diz que o ex-diretor da Globo vai ter que pagar uma indenização à publicação

Marcius Melhem perdeu pela segunda na Justiça contra a revista Piauí, que expôs os escândalos de assédios sexuais e morais praticados pelo ex-diretor da Globo contra a atriz Dani Calabresa. Ele entrou com um recurso, no entanto, sofreu derrota de novo e ainda terá que indenizar a Editora Alvinegra, responsável pela publicação.

Melhem perde na Justiça para revista que expôs assédio a Calabresa
Créditos: Reprodução/Instagram @marciusmelhem
Melhem perde na Justiça para revista que expôs assédio a Calabresa

O juiz Eduardo Tobias de Aguiar Moeller, da 2ª Vara Civel do Tribunal de Justiça de São Paulo, tinha concluído em primeira instância que “não houve qualquer ato ilícito praticado pela requerida [a editora], a qual exerceu seu direito de liberdade de imprensa com razoabilidade e sem furtar-se do dever de informações verdadeiras”.

Melhem processou a Revista Piauí e solicitou uma indenização de R$ 200 mil, alegando que a reportagem “fez indevido julgamento público contra o autor, com relatos parciais e tendenciosos e com a condenação do autor como responsável por atos atentatórios à lei, à mora, e de assédio sexual e moral”.

Segundo os advogados do ex-diretor da Globo, a publicação fez graves acusações falsas, de forma descuidada e sem mínima diligência, atingindo a honra e a dignidade moral de Marcius Melhem. Ainda reforçou que ele não havia sido investigado e tampouco indiciado ou condenado pelo cenário retratado, e que a Piauí teria transbordado de forma abusiva do seu direito de liberdade de imprensa.

No entanto, na interpretação do magistrado nada disso aconteceu. Na decisão, ele constata que Melhem tem sua culpa pela reportagem ter um viés parcial e só relatar o lado de Dani Calabresa e de outras vítimas, já que ele recusou os contatos feitos pelo repórter. Além disso, o juiz também respeitou toda a apuração e relatos das supostas vítimas que se falaram sobre o escândalo.

Melhem apelou e disse que o jornalista e a revista tiveram acesso aos documentos com supostas provas dos assédios praticados de maneira ilícita e inescrupulosa. Ainda acusou a revista de ter agido de má-fé e fora dos limites da ética jornalística, e ampliou o valor de seu pedido de indenização para R$ 500 mil.

Só que não mudou em nada a decisão do juiz. No documento obtido com exclusividade pelo Ig, a turma julgadora da segunda instância, negou o provimento ao recurso, e aplicou nova derrota ao ex-funcionário da Globo, mantendo a decisão inicial, obrigando-o a pagar R$ 20 mil de indenização à revista Piauí.

O que a diz a defesa de Marcius Melhem?

“As mentiras que foram publicadas sobre Marcius Melhem estão sendo desmontadas uma a uma nos processos judiciais que estão em curso. Tanto as supostas vítimas como testemunhas dos dois lados já desmentiram acusações inverídicas narradas pela revista Piauí.

Contudo,  por lealdade processual e respeito ao sigilo decretado, Marcius Melhem ainda não pode se pronunciar. Mas a verdade será revelada à opinião pública no momento certo. Enquanto isso, é lamentável que vazamentos parciais e sempre desfavoráveis a Melhem sigam aparecendo na mídia, enquanto os fatos a favor são ocultados. Mas temos a convicção de que o Judiciário não se deixará influenciar por essa tentativa de pressão covarde e fará a esperada justiça”.