‘Quando o meu pai morreu, eu fiquei míope’, diz filha de Bussunda
Júlia Besserman estreia como diretora de um dos episódios da série documental "Meu Amigo Bussunda"
Aos 27 anos, Júlia Besserman lembra como foi luto pela perda do pai, o humorista Bussunda, do extinto programa “Casseta & Planeta“. “Quando o meu pai morreu, eu fiquei míope”, conta ela em entrevista ao jornal O Globo.
O problema de visão ocorreu meses após a morte do pai, quando ela tinha 12 anos. “Tive convergência nos olhos antes, e o médico disse que eu, provavelmente, ia ser míope. Mas foi coisa de quatro meses depois da morte, acho que ela acelerou o processo”.
Para Júlia, o processo de luto foi muito difícil. Ela diz que fez de tudo para evitar lidar com a dor da perda e precisou trabalhar o sentimento de culpa. “Pensava: ‘Se tivesse ligado no dia, talvez ele tivesse ido ao médico’ ou ‘Se estivesse perto, não teria acontecido’. Essas fantasias que a gente cria”, lembra.
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A roteirista e professora de storytelling é também diretora de um dos episódios da série sobre o pai “Meu amigo Bussunda”, que estreia na próxima quinta-feira,17, no Globoplay, quando se completa 15 anos da morte do humorista.
No documentário, ela também avalia as piadas politicamente incorretas feitas por Bussunda em canal aberto nos anos 90. “O que ele gostava era fazer as pessoas rirem. Se soubesse que tinha magoado alguém, dificilmente defenderia a piada”, acredita.
Ao Globo, Júlia também contou sobre as semelhanças com o pai. “Minha cara é do meu pai, mas meu superpoder não é minha barriga (risos). Meu humor é parecido com o dele, a timidez. Se me mandam mensagem de trabalho sábado, fico irritadíssima, como ele ficava. O apetite é diferente. Ele comia de tudo, eu sou chata para comer”.
Cláudio Besserman Viana, mais conhecido como Bussunda, morreu vítima de um ataque cardíaco aos 43 anos, em um hotel em que estava hospedado, na Alemanha, onde acompanhava a Copa do Mundo de 2006.