‘Quase tirei meu neném’, desabafa Andressa Urach após internação em clínica psiquiátrica
Em relato nas redes sociais, a modelo também culpou a Igreja Universal como gatilho para sua saúde mental
‘Quase tirei meu neném’, desabafou Andressa Urach, em suas redes sociais, nesta quinta feira, 23, após ter revelado que ficou oito dias internada numa clínica psiquiátrica. Segundo a modelo, ela teve uma crise de seu transtorno de personalidade limítrofe, também conhecido como transtorno borderline.
Andressa Urach está gravida do seu segundo filho com Thiago Lopes.
“Ainda não estou pronta para falar sobre tudo o que está acontecendo na minha vida por causa do borderline. Mas quando eu ficar bem eu falo sobre esse assunto”, disse Andressa Urach.
- Psoríase: estudo revela novo possível fator causal da doença de pele
- Escovar os dentes ajuda a prevenir grave doença, revela Harvard
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
- Férias com crianças a 40 minutos de São Paulo
A modelo ainda contou que foi sua tentativa de reaver as doações que fez para a Igreja Universal que a levaram à crise.
“Lidar com a raiva pra mim é algo muito difícil e estou com muita raiva da Igreja Universal! Me sinto roubada, usada e enganada. Trabalhar o perdão pra mim é algo que só Deus para me ajudar”, disse. Porque a raiva que estou deles com o descaso com a minha alma é o mais decepcionante. Já implorei para me devolverem meus dois milhões e eles ignoram. Eles são muito ricos e o dinheiro está me fazendo muita falta!”, completou Andressa Urach.
“A minha maior decepção é ver que não estão nem aí pra minha alma/ A verdade é que eu fiquei internada 8 dias em um hospital psiquiátrico porque quase cometi suicídio e quase tirei meu neném. Se algo acontecer comigo saiba, Bispo Macedo, que o senhor vai se ver com Deus pelo que fez comigo”, declarou a modelo.
Andressa Urach e Transtorno de Borderline
Na última terça-feira, 21, a modelo revelou que estava sofrendo com crises de transtorno de personalidade borderline.
“Eu tenho uma doença que se chama transtorno de personalidade limítrofe, também denominada transtorno de personalidade borderline. Acredite, não é fácil ser eu, e mais difícil ainda é para a minha família”, começou ela. “Estou passando por uma fase bem delicada, estou lutando comigo mesma, mas logo vou ficar bem. Orem por mim!”, finalizou.
E o que é o tal transtorno de borderline?
A síndrome de borderline é um transtorno de personalidade caracterizado por um padrão mental generalizado de instabilidade nas relações interpessoais e flutuações de humor. Quem sofre com essa condição pode ir para dois extremos no mesmo dia: da euforia à depressão.
De acordo com um o DSM-V, considerada a “bíblia” da psiquiatria para diagnósticos de transtornos mentais, essa condição afeta a maneira como a pessoa enxerga a si mesmo e os outros. Inclui problemas de autoimagem e dificuldade em controlar emoções e comportamentos.
O medo intenso do abandono é uma das características predominantes. Pessoas com esse diagnóstico podem sofrer com raiva desproporcional e impulsividade frequente, o que tende a afastar os outros.
“A vida de uma pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline tende a ser tudo, menos tranquila, existe um excesso nos comportamentos e atitudes desta pessoa, pode-se chamar de uma maneira exagerada de sentir de agir e de pensar”, explica a psicóloga Karine Santos, do Flows Psicologia.
As causas não são totalmente claras, mas especialistas acreditam que elas estejam ligadas a fatores genéticos, neurológicos e ambientais, como traumas, sobretudo na infância.
O diagnóstico do transtorno de borderline é por critérios clínicos, porém, segundo a psicóloga do Flows Psicologia, nem sempre é tarefa fácil, já que pode ser confundido com outros transtornos.
“É preciso uma avaliação com profissional qualificado assim que surgirem os primeiros sinais de prejuízo na vida da pessoa. O tratamento na maioria dos casos é psiquiátrico e psicológico. Hoje a terapia comportamental dialética é que mais mostra evidências de resultados positivos no tratamento”, explica Karine.
Sintomas do transtorno de borderline
Os sinais e sintomas podem incluir:
- Um medo intenso de abandono, mesmo indo a medidas extremas para evitar a separação ou rejeição real ou imaginária
- Um padrão de relacionamentos intensos instáveis, como idealizar alguém em um momento e, de repente, acreditar que a pessoa não se importa o suficiente ou é cruel
- Mudanças rápidas na identidade e na autoimagem que incluem a mudança de objetivos e valores
- Períodos de paranoia relacionada ao estresse e perda de contato com a realidade, durando de alguns minutos a algumas horas
- Comportamento impulsivo e de risco, como jogos de azar, direção imprudente, sexo inseguro, farras de consumo, compulsão alimentar ou abuso de drogas, ou sabotar o sucesso ao abandonar repentinamente um bom emprego ou encerrar um relacionamento positivo
- Ameaças ou comportamento suicida, automutilação, muitas vezes em resposta ao medo de separação ou rejeição
- Grandes mudanças de humor que duram de algumas horas a alguns dias, que podem incluir felicidade intensa, irritabilidade, vergonha ou ansiedade
- Sentimentos contínuos de vazio
- Raiva inadequada e intensa, como perder a paciência com frequência, ser sarcástico ou amargo ou ter brigas físicas
Tratamento
O tratamento para Transtorno da Personalidade Borderline é realizado, concomitantemente, por uma equipe de psiquiatras e psicólogos que atuam de maneira integrada.
Em São Paulo, o Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP, por meio do PRO-AMITI, dispõe de um grupo especificamente formado para pesquisa do assunto. Em razão da pandemia, os atendimentos presenciais podem ter sofrido alterações. Caso precise de ajuda, entre em contato por este link.