Repórter da Globo é mantida refém em igreja evangélica no Pará

Nathália Kahwage, jornalista da TV Liberal, afiliada da Globo, registrou boletim de ocorrência e filmou a situação

Uma repórter e um cinegrafistas da TV Liberal, afiliada da Globo no Pará, registraram boletim de ocorrência por cárcere privado e ameaças de morte após serem mantidos reféns, em uma igreja evangélica, durante uma reportagem.

Repórter da Globo é mantida refém em igreja evangélica no Pará
Créditos: Reprodução/TVLiberal
Repórter da Globo é mantida refém em igreja evangélica no Pará

A matéria era sobre as enchentes no bairro de Curio-Utinga, em Belém, capital do estado, quando entraram no templo evangélico e foram presos lá dentro.

A repórter Nathália Kahwage e o cinegrafista Wanderley Prestes pediram autorização para uma pessoa que se identificou como obreiro e também para a Defesa Civil, foi então que entraram no prédio. Em seguida, um homem que se identificou como presidente da igreja e pastor disse que a equipe não poderia mais sair dali até que a polícia chegasse no local.

Segundo a denuncia da repórter e do cinegrafista, integrantes da igreja tentaram intimidá-los e impedi-los de registrarem imagens dentro da igreja evangélica.

Nas gravações, que foram ao ar no LJ1, telejornal local da afiliada da Globo, é possível ouvir um representante da igreja evangélica dizendo: “Você não vai sair”. A repórter Nathália Kahwage respondeu: “Eu vou processar […] Que palhaçada é essa? Isso aqui é cárcere privado!”.

Após insistirem, a repórter e o cinegrafista da Globo conseguiram sair do local. Eles registraram o boletim de ocorrência e Nathália relatou aos delegados que “tentava andar em direção à porta, porém eles seguravam pelo braço e ombro. As pessoas começaram a tentar tirar a câmera das mãos de Wanderley”. A repórter disse também que “o homem (pastor) passou a ameaçar, dizendo que se se a matéria fosse ao ar doe iria matar Wanderley”.

A TV Liberal publicou uma nota de repúdio em seu perfil no Instagram e chamou o episódio de “violência injustificável e covarde”.

“No decorrer da cobertura sobre os estragos ocasionados pela chuva, a equipe entrou no local para mostrar a igreja que foi destelhada, e as telhas atingiram algumas casas da vizinhança por causa da chuva no bairro do Curió-Utinga, Adentraram com autorização da Defesa Civil e de um membro da igreja. Os dois profissionais estavam fazendo imagens no terceiro andar do templo quando um homem que se intitulou pastor da igreja e outras pessoas também integrantes da igreja surgiram, dizendo que os profissionais não tinham autorização para estar no templo. Ameaçaram a equipe e mantiveram-nos trancados sob ameaça no local”, publicou a emissora afiliada da Globo.

“O papel do jornalismo é estar junto da comunidade e a equipe estava realizando este trabalho. A TV Liberal acredita que toda essa violência injustificável e covarde decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atuação jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Tal atitude feriu a liberdade de expressão e de imprensa. Além de atentar contra a equipe jornalística, estas pessoas atacaram o direito da sociedade de ser livremente informada. A liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos nas sociedades democráticas, e estão sendo desrespeitados pelo autoritarismo. Sem jornalismo, não há democracia”, complementou.

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A TV Liberal vem a público manifestar seu repúdio à violência sofrida pela Jornalista Nathália Kahwage e o cinegrafista Wanderley Prestes. Eles foram vítimas de cárcere privado no último sábado (17), quando faziam uma reportagem sobre as chuvas na capital. No decorrer da cobertura sobre os estragos ocasionados pela chuva, a equipe entrou no local para mostrar a igreja que foi destelhada, e as telhas atingiram algumas casas da vizinhança por causa da chuva no bairro do Curió- Utinga.Adentraram com autorização da Defesa Civil e de um membro da igreja. Os dois profissionais estavam fazendo imagens no terceiro andar do templo quando um homem que se intitulou Pastor da igreja e outras pessoas também integrantes da igreja surgiram, dizendo que os profissionais não tinham autorização para estar no templo. Ameaçaram a equipe e mantiveram-nos trancados sob ameaça no local. O papel do jornalismo é estar junto da comunidade e a equipe estava realizando este trabalho. A TV Liberal acredita que toda essa violência injustificável e covarde decorre da intolerância e da incapacidade de compreender a atuação jornalística, que é a de levar informação aos cidadãos. Tal atitude feriu a liberdade de expressão e de imprensa. Além de atentar contra a equipe jornalística, estas pessoas atacaram o direito da sociedade de ser livremente informada. A liberdade de imprensa e o direito à informação são básicos nas sociedades democráticas, e estão sendo desrespeitados pelo autoritarismo. Sem jornalismo, não há democracia.

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