Roberto Justus diz que mulher de 50 anos “dá para fazer alguma coisa”
Em uma única entrevista à revista "Veja", o empresário e apresentador, deu diversas declarações machistas e gerou revolta
O apresentador e o empresário Roberto Justus deu diversas declarações machistas, em uma única entrevista para a revista ‘Veja’, gerando revolta na web. Para ele, mulher de 50 anos “dá para fazer alguma coisa”. Como se não bastasse, Justus falou de forma extremamente machista sobre casamento e assédio sexual.
“Acredito que a população está prolongando a juventude. Veja as mulheres de 50 anos: com todos os recursos estéticos e de saúde, elas ainda são muito interessantes. Antigamente, ao passar dos 50, eram velhas e feias. Hoje, são umas gatas, dá para fazer alguma coisa”, disse o empresário e apresentador, de 64 anos.
Roberto Justos ainda atrelou a ele o sucesso na carreira da sua atual esposa, Ana Paula Siebert, que é digital influencer. “Gosto que ela seja útil. Se não fosse, não daria certo. Uma embalagem bonita – e ela é muito bonita – acaba com o tempo. Mas, mesmo com sua independência, eu falo que ela precisa da força masculina. O ombrinho do homem dá uma proteçãozinha”, falou.
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“O mundo está muito chato. Não se pode mais falar nem fazer nada. O homem não pode mais paquerar uma mulher. Na minha época, quando a mulher passava em frente a uma construção e o cara assobiava, ela via como algo lisonjeiro. Hoje, dar uma cantada é assédio sexual”, afirmou Justos sobre assédio sexual, querendo ditar o comportamento das mulheres.
A jornalista Carla Vilhena, no Twitter, criticou as declarações do empresário e apresentador. “Amiga novinha, siga o conselho que te dou – e que um dia meus pais deram pra mim: estude, trabalhe, se esforce, seja independente. Nunca pense que seu sucesso precisa estar relacionado ao casamento”, escreveu. Além dela, outras pessoas o criticaram na rede social. Separamos algumas críticas, confira:
O que machismo?
O machismo é o preconceito que se opõe à igualdade de direitos entre os gêneros, favorecendo o gênero masculino em detrimento ao feminino. Em bom português: é toda a opressão sofrida por mulheres e produzida por homens.
Por exemplo, uma pessoa machista é quem acredita a mulher não deve se portar e ter os mesmo direitos de um homem ou que julga a mulher como é inferior ao homem em aspectos físicos, intelectuais e sociais.
O pensamento machista é totalmente cultural e pode vir de todo canto da sociedade, independente da classe social, posição política, religião ou família.
Por ter sido tratado como algo normal por muito tempo, há apenas algumas décadas esse comportamento é problematizado, especialmente pelos movimentos feministas, que lutam pela igualdade de gênero.
E mesmo com o avanço da luta feminista, não é todo mundo que concorda que o machismo deve ser combatido. Isso faz com que, mesmo com os esforços feministas, ele ainda esteja presente em tantos ambientes.
Feminismo é igual ao machismo
Falácia. E das grandes! Por lutar contra o machismo na sociedade, é comum que as pessoas tenham a ideia de que feminismo é o “machismo das mulheres”. Entretanto, o feminismo é um movimento social, político e ideológico que tem por objetivo uma sociedade com igualdade de direitos entre os gêneros. Esse objetivo é benéfico tanto para mulher quanto para homens.
É importante lutar contra o machismo porque…
- Das 500 maiores empresas do mundo, menos de 5% possuem CEO’s mulheres;
- As mulheres realizam 6 vezes mais os afazeres domésticos do que os homens;
- 62% dos homens acreditam que é dever deles sustentar a família;
- 51% das mulheres concordam com os homens acima;
- 1 em cada 3 mulheres sofre algum tipo de violência doméstica ao longo de sua vida;
- A cada 2 segundos, uma garota menor de idade é forçada a se casar;
- 1/3 dos países não entende violência doméstica como crime;
- Mais de 200 milhões de garotas e mulheres foram obrigadas a passar por mutilação genital;
- 87 mil mulheres foram vítimas de feminicídio em 2017 no mundo;
- 58% delas foram assassinadas por conhecidos ou familiares;
- Acontece 6 feminicídios por hora em todo o planeta;
- No Brasil, 1200 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2018;
- Isso é 4% a mais do que em 2017.