SBT ignora relação de Fabio Faria com família de Sílvio Santos

Novo ministro de Bolsonaro é casado com Patrícia Abravanel, filha do dono do SBT

12/06/2020 11:04

O “SBT Brasil”, principal telejornal da emissora de Sílvio Santos, fez uma longa reportagem sobre o deputado federal Fabio Faria (PSD-RN), nomeado para chefiar o recém-criado Ministério das Comunicações do governo Bolsonaro. No entanto, a emissora escondeu o fato do parlamentar ser genro do patriarca da família Abravanel.

O nome de Fabio Faria foi uma escolha pessoal do presidente, mas em momento algum a reportagem citou que o político é casado com Patrícia Abravanel. Enquanto nas outras emissoras, todas citaram a relação dele com a família de Sílvio Santos.

SBT faz longa reportagem sobre Fabio Faria, mas omite que novo ministro é genro de Silvio Santos
SBT faz longa reportagem sobre Fabio Faria, mas omite que novo ministro é genro de Silvio Santos - Reprodução

Segundo o colunista Mauricio Stycer, do UOL, a RedeTV! fez ainda pior e não citou nada sobre a ligação do deputado com a família do dono do SBT.

“Ele não é profissional do setor, mas tem conhecimento até pela vida que ele tem junto à família do Silvio Santos”, escreveu Bolsonaro numa rede social ao justificar a escolha de Fabio Faria  para comandar o novo ministério.

O Ministério das Comunicações havia sido dissolvido em 2016, ainda no governo de Michel Temer (MDB-SP), que incorporou suas incumbências ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Boa relação com Bolsonaro

Vale destacar que em 23 de maio, Silvio Santos não deixou ir ao ar a edição do principal telejornal do canal, o SBT Brasil. O motivo seria  impedir que o vídeo da reunião ministerial divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) fosse transmitido mais uma vez dentro do SBT, já na edição da sexta-feira, 22, o fato não teria agradado o presidente Bolsonaro.

O deputado Fabio Faria com o sogro
O deputado Fabio Faria com o sogro - Reprodução/Instagram

O genro de Silvio Santos foi eleito pelo PSD, mas já foi filiado no PMN. Bolsonaro é acusado de viabilizar o ‘toma lá da cá’ entre deputados e o governo com a recriação do Ministério. ‘Toma lá da cá’ é a prática conhecida como troca de cargos do poder executivo e em estatais por apoio nas votações de projetos do governo.