Thales Bretas compartilha sua visão sobre ser pai sem seu grande amor Paulo Gustavo

"Pra mim, não existe pai gay. Existe ser pai. E ser pai é cuidar, educar, acolher, crescer junto", reflete o médico

“Eu sempre sonhei ser pai, constituir família. Quando me descobri gay, esse sonho foi ameaçado pelo preconceito da sociedade. E eu cheguei a acreditar que esse sonho poderia não ser possível para mim, só que aí eu conheci Paulo Gustavo e tudo mudou porque ele também tinha o desejo de ser pai”.

A frase que abre o vídeo publicado por Thales Bretas em seu perfil no Instagram a convite da Natura para a campanha de Dia dos Pais com o novo Natura Homem Tato, foi a primeira vez que o médico veio a público falar como tem sido exercer a paternidade após a morte do comediante Paulo Gustavo.

“Depois que a gente se uniu, percebeu que o que importa é o amor. E ter filhos era só multiplicar o amor que a gente já era”, relembra Thales Bretas
Créditos: Reprodução Instagram | @paulogustavo31
“Depois que a gente se uniu, percebeu que o que importa é o amor. E ter filhos era só multiplicar o amor que a gente já era”, relembra Thales Bretas

Para Thales, foi devido ao amor que um sentia pelo outro que foi possível ao casal ter forças para quebrar “esse paradigma da família tradicional”.

“Depois que a gente se uniu, percebi que o que importa é o amor. E ter filhos era só multiplicar o amor que a gente já era. E a gente conseguiu trazer à vida os frutos do nosso amor, que são Gael e Romeu, dois meninos”, relembra o médico.

“Foi a experiência mais linda e desafiadora do nosso casamento. Dois filhos para dois pais. E eu tive o privilégio de viver essa realidade por quase dois anos”, desabafou o médico na semana em que terá o primeiro Dia dos Pais sem seu marido. “Agora só tem eu, e é uma responsabilidade diferente ser pai sozinho.”

“Não tem diferença se é homo ou heterossexual. Não muda nada. O que transforma é o amor. E eu há dois anos me esforço ao máximo para ser esse pai para os meus filhos.”
Créditos: Reprodução Instagram | @thalesbretas
“Não tem diferença se é homo ou heterossexual. Não muda nada. O que transforma é o amor. E eu há dois anos me esforço ao máximo para ser esse pai para os meus filhos.”

Para ele, acima de qualquer rótulo, ser pai é saber cuidar e acolher. “Pra mim, não existe pai gay. Existe ser pai. E ser pai é cuidar, educar, acolher, crescer junto. Então, não tem diferença se é homo ou heterossexual. Não muda nada. O que transforma é o amor. E eu há dois anos me esforço ao máximo para ser esse pai para os meus filhos.”

Thales revela que, ainda que tenha sido exaustivo cuidar dos filhos desde a perda do marido, a sensação que realmente fica é a de completude ao exercer a paternidade. “Eu fico exausto e preenchido. É uma sensação louca continuar vivendo mesmo depois de perder meu grande amor. Eu acordo e levanto. Não tem outro jeito, a vida se impõe. Aí eu olho para os meus filhos, para a minha família, para os meus amigos, para as minhas lembranças e continuo. Por eles, por mim e pelo Paulo, para sempre”.

#SejaHomemPraSentir

O vídeo postado por Thales em seu Instagram faz parte da campanha de Dia dos Pais da Natura, que com o novo Natura Homem Tato convida todos os homens a descobrir que sentir não fragiliza, fortalece.

“Eu, desde criança, sou muito sensível, e era chamado de chorão. E eu cheguei a pensar que a minha sensibilidade era por eu ser gay, mas isso também é um preconceito que passam pra gente. No fim das contas, a sensibilidade não é nem masculina nem feminina. Aí que eu percebi que ser homem é também sentir, porque o ser humano sente. E é assim que eu quero criar meus filhos, sendo fortes o suficiente para se sensibilizarem”, afirmou o médico no vídeo.

Para ele, ainda que a vida seja repleta de desafios, nem por um segundo ele deixa de dar o seu melhor. “Sentir o peso das dificuldades não nos fragiliza, e sim nos fortalece. Porque a vida de um filho é o combustível mais potente na vida de todo pai”, conclui.