Twitter resgata caso Mari Ferrer e pergunta: ‘O que aconteceu?’

Internautas protestaram contra o silêncio em torno do acusado, que pertence à elite brasileira

Na noite desta quinta-feira, 9, os usuários do Twitter fizeram um mutirão na rede social para lembrar que o caso de Mariana Ferrer, que ganhou notoriedade nacional em 2019, continua sem uma solução. Para quem não se lembra, naquele ano, a blogueira, na época com 21 anos de idade, relatou à Polícia Civil ter sido vítima de estupro no Cafe de La Musique, em Santa Catarina (SC). Segundo Mari, o crime ocorreu em dezembro de 2018, e ela estava dopada durante o estupro.

Mari Ferrer afirmou à polícia ter sido estuprada 
Créditos: Reprodução/Instagram
Mari Ferrer afirmou à polícia ter sido estuprada 

Por meio de seu Instagram, Mari resolveu atualizar os seguidores a respeito do caso. Segundo ela, o processo está em sua reta final. Após investigação, André de Camargo Aranha foi denunciado e hoje é réu em ação penal por estupro de vulnerável. O empresário, que trabalha com marketing esportivo, não pode ficar fora de São Paulo, onde mora, por mais de 30 dias consecutivos. Ele deve também comparecer mensalmente ao juízo para informar suas atividades.

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não teremos outro Jeffrey Epstein. ‪ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ criminosos de poder e influência se escondem atrás de seus privilégios, rede de proteção que também de forma criminosa e corrupta, os isentam de seus crimes cometidos na surdida, fazendo-os sentir confortáveis em continuar violando vidas e leis. ‬ eles não vão mais ficar confortáveis e escondidos. devem ser devidamente denunciados e todos os seus crimes expostos. as autoridades (polícia, mp, judiciário etc) trabalha para nós (o povo) eles devem cumprir o juramento que fizeram ao se formar. ⠀ caso contrário, serão expostos também e devem ser tirados de seus cargos. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ não permitiremos outro Epstein acobertado por mais de duas décadas com seus crimes sendo jogados por de baixo do tapete. é dando visibilidade para casos como o meu que a mudança ocorre. eles estão acostumados com o sigilo, em silenciar suas vítimas e nunca serem punidos. não mais…

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O intuito de retomar a repercussão do caso, segundo a própria Mari, é clamar pelos seus direitos. Os exames constataram conjunção carnal [que é quando há a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina] e presença de sêmen na calcinha da jovem, assim como ruptura do hímen. Mariana era virgem.

Confira a repercussão abaixo:


O QUE FAZER EM CASO DE ESTUPRO?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.
  • Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.