Você gosta de tangerinas? Então é bom saber disso sobre elas

O mercado global de tangerinas atravessa um período de transformações significativas. Produtores de diversos continentes enfrentam simultaneamente obstáculos relacionados ao clima, logística e mudanças no comportamento de compra.

A safra de tangerina de 2025 apresenta particularidades que afetam desde pequenos agricultores até grandes exportadores. Compreender esse cenário ajuda a entender as variações de preço e disponibilidade da fruta nos diferentes mercados.

Por que o mercado global de tangerina enfrenta tensões na temporada 2025?

A temporada atual revela uma combinação complexa de fatores que impactam diretamente a produção de mandarina mundial. Fenômenos climáticos extremos, ajustes nas rotas comerciais e novas exigências dos compradores criam um ambiente desafiador para toda a cadeia produtiva.

Os principais desafios que afetam o setor neste ano incluem aspectos estruturais e conjunturais:

• Sobreposição entre o fim da colheita do hemisfério sul e o início da safra europeia, gerando excesso temporário de oferta em determinados períodos
• Temperaturas elevadas durante a primavera e secas prolongadas no verão reduziram o tamanho dos frutos em várias regiões produtoras
• Restrições comerciais e instabilidade geopolítica alteraram rotas tradicionais de exportação, especialmente para o mercado russo
• Diferenças entre as expectativas visuais dos consumidores e a realidade da coloração natural da casca em anos com oscilações térmicas

Como os produtores europeus estão lidando com as mudanças climáticas?

Na Itália, a região da Calábria concentra aproximadamente dois terços da produção de clementina do país. A área total cultivada ultrapassa 36 mil hectares, sendo mais de 26 mil dedicados exclusivamente a essa variedade específica de tangerina.

Os agricultores italianos e espanhóis estão investindo em variedades de maturação tardia para evitar a concorrência direta no início da temporada. Na Espanha, o atraso biológico no amadurecimento das frutas causou desencontro entre os preços acordados na compra da produção e os valores praticados posteriormente no mercado.

Quais países aumentaram a exportação de mandarina nos últimos anos?

O cenário internacional da exportação de citros passou por reconfigurações importantes. Alguns países emergentes ampliaram significativamente sua participação no comércio mundial, enquanto mercados tradicionais buscam consolidar novas parcerias comerciais.

Entre os movimentos mais expressivos no mercado internacional de tangerinas, destacam-se as seguintes mudanças:

• África do Sul expandiu suas vendas externas de 40 milhões de caixas em 2023 para 53,5 milhões em 2025, direcionando maior volume para a Ásia
• Marrocos registrou crescimento de 43,8% na exportação, impulsionado pela variedade Nadorcott e condições climáticas favoráveis em suas quatro principais regiões produtoras
• Índia passou a receber fluxos crescentes tanto da China quanto da África do Sul, com consumidores locais priorizando sabor e durabilidade
• Califórnia mantém participação estável no mercado norte-americano, com safra prevista até meados de janeiro e qualidade da fruta considerada excelente

O que os consumidores valorizam na compra de tangerinas?

A aparência externa deixou de ser o único critério decisivo na escolha da fruta. Cada vez mais, os compradores priorizam o sabor real e a experiência ao consumir o produto, o que tem levado comerciantes a ajustarem seus parâmetros de seleção.

Na Bélgica e na Holanda, os distribuidores observaram que frutas visualmente atraentes, porém sem sabor marcante, reduzem a recompra pelos clientes. O mesmo movimento acontece na França, onde variedades como Caffin e Fine de Corse ganham destaque pela combinação entre qualidade da fruta e características sensoriais. O frio típico do inverno europeu tradicionalmente estimula o consumo de citros, o que deve manter a demanda aquecida nos próximos meses.

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