Comunidade de Gales é a 1ª a ter o status de ‘livre de plástico’
Aberporth, uma pequena cidade de apenas 2.000 habitantes, localizada em Gales, no Reino Unido, foi reconhecida recentemente como comunidade totalmente livre do plástico. É a primeira a ter esse status, atribuído pela organização Surfers Against Sewage, que quer promover o estabelecimento de 125 comunidades livres de plástico até 2020.
A campanha começou quando uma cineasta local chamada Gail Tudor fez uma longa viagem de barco pela costa do Reino Unido, em 2017, e compreendeu o perigo e a poluição causada pelo lixo plástico no mar.
Em especial, os chamados microplásticos são um grande desafio quando se fala em poluição dos mares. Devido ao seu tamanho reduzido, acabam sendo consumidos pelos animais marinhos, como peixes, e entram na cadeia alimentar, atingindo outros animais, incluindo seres humanos. Isso, além de poder provocar a morte dos animais por asfixia ou inanição (quando o estômago fica cheio de plástico não digerido).
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Tudor abriu uma página no Facebook para falar do problema e das possíveis ações para resolvê-lo, e foi conversando com os moradores para explicar-lhes o desafio. Foi criado até um comitê orientador.Na página, um manifesto do grupo recomenda ações individuais, como recusar canudos de plástico, levar sua própria sacola para o mercado, não comprar água engarrafada e levar sua própria caneca quando for a um café.
Também há recomendações para quem tem comércio: eliminar pelo menos três tipos de itens descartáveis de plástico (daqueles que você usa uma vez só) do estabelecimento. No caso de restaurantes, por exemplo, eles poderiam trocar o sachê de molhos por potinhos e usar talheres descartáveis de madeira.
A campanha, somada a um documentário feito pela rede de TV estatal BBC sobre o problema dos microplásticos, que foi transmitida na mesma época, por coincidência, elevou a sensibilidade dos moradores para a questão, incluindo os comerciantes. Um dono de café, por exemplo, que vende muita comida para viagem, passou a usar copos descartáveis feitos de amido de milho.
Os moradores também organizam mutirões de limpeza nas praias e afirmam que conversam com outras cidades próximas para tentarem criar ou fortalecer leis e regulamentos para reduzir a presença do plástico.
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.