Metrô de Tóquio cultiva alface hidropônica em espaço ocioso
Pense rápido: o que salada tem a ver com um meio de transporte subterrâneo? Não, não vamos falar de uma rede de fast food em que você escolhe os vegetais que vão acompanhar o recheio principal. O tema, aqui é aproveitamento de espaço ocioso para produzir alimentos: o Metrô de Tóquio cultiva alface hidropônica em um armazém sob uma de suas linhas.
Encontrar um uso para o espaço que estava abandonado, na verdade, junta a fome com a vontade de comer.
Explicamos: de um lado, hortas urbanas são uma das soluções para o suprimento agrícola da população do Japão, cada vez mais urbanizada – lembrando que o país depende muito da importação de alimentos.
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De outro, a própria companhia do metrô de Tóquio busca diversificar seus negócios, pois se estima que essa mesma população nipônica diminua nas próximas décadas. E um número menor de pessoas implica queda na quantidade de passageiros e, consequentemente, nas receitas das empresas de transporte.
Soma-se a esses fatores a vantagem de produzir os itens comestíveis em locais mais próximos de onde eles serão efetivamente consumidos, eliminando etapas da logística necessária para levar o alimento do campo à mesa.
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Além do alface, o Metrô de Tóquio, em uma joint-venture batizada de Tokyo Salad, cultiva outras dez espécies vegetais – couve, por exemplo – pelo sistema hidropônico, que dispensa solo e fertilizantes: as plantas crescem em estufa, sobre suportes artificiais na água, que é enriquecida com minerais como zinco, fósforo e potássio. A iluminação é proveniente de lâmpadas LED, que permanecem acesas 16 horas por dia.
Por enquanto, o consumo da alface hidropônica do metrô da capital japonesa se restringe a cafés “estilosos” e aos restaurantes de preços nada populares dos hotéis mais sofisticados da cidade. Em geral, os alimentos hidropônicos são mesmo mais caros que os convencionais.
Sobre a pergunta do primeiro parágrafo: salada, na verdade, tem tudo a ver com um meio de transporte subterrâneo; afinal, os dois vêm da terra.
Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, especialista em soluções sustentáveis.