Atleta refugiado da Paralimpíada perdeu a perna para ajudar amigo
Vítima da guerra na Síria, o nadador é um dos atletas da delegação de refugiados na Paralimpíada do Rio
O nadador sírio Ibrahim Al Hussein foi anunciado como um dos representantes da delegação de refugiados na Paralimpíada do Rio de Janeiro, que começa no dia 7 de setembro. O atleta de 27 anos perdeu a perna em 2012, quando foi atingido por uma bomba ao tentar ajudar um amigo ferido.
Al Hussein, filho de um treinador de natação, cresceu em Deir ez-Zor, fronteira com o Iraque. Vítima da guerra no país, o nadador estava escondido em casa para se proteger das explosões, mas decidiu correr para o outro lado da rua e oferecer ajuda a um rapaz que pedia socorro. Neste momento, ele foi atingido e precisou ter a perna amputada.
Após o ocorrido, Al Hussein foi operado praticamente sem anestesia e mandado de volta para casa no dia seguinte, sem ter acesso a remédios para dor. Alguns meses depois, ele decidiu sair da Síria para buscar tratamento. Chegando à Turquia, viajou em um bote de borracha até a ilha grega de Samos e não teve mais contato com a família.
Em 2014, quando entrou para um time de atletas com deficiência em Atenas, o nadador reconstruiu sua vida. Em nota ao Comitê Paralímpico, ele afirmou: “A dor física me faz querer competir, me dá energia. Eu não me importo de não comer ou não ter uma casa, mas não tire meu treinamento”.
Na Paralimpíada, o sírio vai competir nas provas de natação de 50 e 100 metros. O outro atleta que faz parte da equipe de refugiados é o iraniano Shahrad Nasajpour, que teve asilo concedido pelos Estados Unidos. Com paralisia cerebral, ele competirá no arremesso de disco.