Greve dos caminhoneiros chega ao 5º dia e afeta cidades pelo país
O Aeroporto de Brasília informou que a reserva de combustível acabou nesta sexta-feira
Caminhoneiros protestam em 22 estados e no Distrito Federal pelo 5º dia seguido, mesmo após o anúncio de um acordo com o governo na noite desta quinta-feira, 24, para suspender a greve por 15 dias. As manifestações desta semana são contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobras em vigor desde julho de 2017.
Em São Paulo, na Régis Bitencourt, carretas e caminhões permanecem estacionadas ao logo da rodovia. O mesmo ocorre em rodovias no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estado que apresenta 74 pontos de protestos. No Distrito Federal, a PRF registra manifestação de caminhoneiros na BR-020, BR-060, BR-070 e BR-080.
Em Brasília, durante toda a madrugada e no começo desta manhã, motoristas ainda fazem filas para abastecer seus carros nos postos que mantêm estoques de gasolina e diesel, caso do posto Shell da Quadra 307, na Asa Norte, no Plano Piloto. No local, a fila de carros para abastecer chega a entrar na área de estacionamento da quadra residencial.
Em algumas regiões do país, a manifestação dos caminhoneiros recebeu apoio de motoristas de aplicativo, de fretados, de vans e de mototaxistas. Em Pernambuco, motoristas de transporte escolar aderiram aos atos.
Como consequência da greve dos caminhoneiros nesta sexta, em várias cidades houve redução das frotas de ônibus e filas nos postos por causa do desabastecimento de combustíveis. Em São Paulo, 61% da frota estão circulando; no Rio, BRT opera com 40 estações fechadas nos corredores Transcarioca e Transoeste; em PE, a frota de ônibus está reduzida pela metade no horário de pico no Grande Recife.
Aeroporto de Brasília
O Aeroporto de Brasília informou que a reserva de combustível acabou nesta sexta-feira. Segundo a Inframerica, que controla o terminal, as reservas entraram em estado crítico. Por isso, todos os voos que pousarem em Brasília e que precisem de abastecimento ficarão no local até o fornecimento ser normalizado.
Dois voos entre Miami e Brasília foram cancelados. Ainda de acordo com a Inframerica, a única alternativa é o avião pousar com capacidade para decolar sem a necessidade de abastecimento no terminal. O aeroporto permanecerá aberto.
Acordo
Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram há pouco, no Palácio do Planalto, que foi fechado acordo com entidades representantes dos caminhoneiros para suspensão dos protestos da categoria por 15 dias, quando as partes voltarão a se reunir.
Veja pontos do acordo:
– Preço do diesel será reduzido em 10% nas refinarias e ficará fixo por 30 dias. Nesse período, o valor referência será de R$ 2,10 nas refinarias. Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em R$ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação à petrolífera.
– A cada 30 dias, o preço do diesel na refinaria será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
– A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete. O governo editará uma medida provisória no prazo de 15 dias.
– Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de cargas
– Tabela de frete será reeditada em 1º de junho e, a partir daí, ajustada a cada três meses pela ANTT
– Alíquota da Cide será zerada em 2018 sobre o diesel
– Isenção do pedágio para caminhões que circulam vazios (eixo suspenso)
– Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
– Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas com órgãos de trânsito
– Entidades e governo terão reuniões periódicas a cada 15 dias
– Petrobras irá incentivar que empresas contratadas para transporte dêem oportunidade aos caminhoneiros autônomos, como terceirizados, nas operações de transporte de cargo
– Solicitar à Petrobras que seja observada resolução da ANTT 420, de 2004, sobre renovação da frota nas contratações de transporte rodoviário de carga
Com informações da Agência Brasil
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