Telas: exposição à luz é prejudicial para o sono das crianças
Nossas crianças estão cada vez mais expostas, e mais cedo, às tecnologias – televisão, celular, tablet, etc. É importante destacar que a Academia Americana de Pediatria (AAP), um dos órgãos referência mundial no campo da saúde infantil, defende que este contato não é recomendável a crianças menores de 18 meses.
Novos estudos sempre surgem mostrando os males destas ferramentas no desenvolvimento infantil. Recentemente, a Universidade do Colorado (Estados Unidos) foi responsável por uma pesquisa que demonstrou que a exposição à luz antes de dormir impacta mais o sono das crianças do que o dos adultos.
Na faixa etária que vai dos três aos cinco anos de idade, a produção de melatonina, também conhecida como hormônio do sono, é praticamente suprimida pela luz elétrica brilhante. No estudo, dez crianças nessa faixa etária foram expostas à luz intensa por uma hora antes de seu habitual horário de dormir.
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Às 20h, a luz foi desligada, mas a melatonina só começou a ser secretada uma hora depois. Os resultados foram comparados à uma base anterior, de 2015, que demonstrava que, em crianças de nove anos, a secreção de melatonina era reduzida em 37% por conta da luz – o que era menos impactante na adolescência.
“A nossa retina é muito sensível ao feixe de luz, principalmente azul [característico de telas de aparelhos eletrônicos]. Como a sensibilidade da criança à luz é ainda maior que a do adulto, isso atrasa seu pico de melatonina, com um impacto maior no sono” – explica Letícia Sosler, neuropediatra e médica do sono no Hospital Israelita Albert Einstein.
Ela defende ainda que o atraso artificial no pico de melatonina pode, a longo prazo, comprometer também a qualidade do sono de um modo geral.
“Quantidade e qualidade aqui não são equivalentes, mas se a criança tiver que acordar cedo no dia seguinte, o menor tempo de sono pode refletir em seu humor. Se ela estiver irritada, vai demorar a pegar no sono no dia seguinte e assim por diante”, continua.
Outro ponto levantado pelos especialistas é que, com o advento da luz elétrica, acabamos aumentando consideravelmente o período claro e esses horários ficam cada vez mais irregulares, o que pode levar a inúmeros prejuízos, como já demonstraram outros estudos, da obesidade à depressão – tanto na infância quanto na vida adulta.
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