Jornada tripla das mulheres: 5 atitudes para a igualdade

Jornada Tripla: quem trabalha fora de casa e cuida dos filhos está familiarizado com esse termo. Significa chegar em casa, após oito horas de trabalho (e mais algumas, quem sabe, gastas no trajeto entre casa e empresa) para outras duas jornadas: a dos cuidados com a casa -lavar, passar, limpar, cozinhar etc-, e com os filhos -banho, brincadeira, lição de casa, etc. Inseridas no mercado de trabalho, agora, as mulheres precisam encontrar soluções para essa realidade -da jornada tripla. Essas soluções, passam, necessariamente, pela divisão igualitária de tarefas entre homens e mulheres dentro de casa, e também pela quebra de paradigmas dentro das empresas.

Co-fundadora da Maternativa, uma rede de apoio e fomento ao empreendedorismo materno, e também mãe, Camila Conti fez um post no LinkedIn no qual propõe cinco políticas afirmativas que empresas podem implementar para transformar ambientes de trabalho em espaços mais igualitários.  São atitudes simples, que propõem abrir espaço para que homens repensem suas rotinas de trabalho para estarem mais presentes com suas famílias, compartilhando de forma mais igualitária os cuidados com a casa e com os filhos.

Por trás de toda supermulher, há muitas tarefas mal -ou nada- divididas….
Por trás de toda supermulher, há muitas tarefas mal -ou nada- divididas….

“Se você trabalha em RH, sabe: o que é que você pensa, instantaneamente, quando a candidata diz na entrevista que é mãe? E quando o candidato diz que é pai? A associação natural que se faz entre homens e mulheres que tem filhos é: o homem tem responsabilidade e será um profissional dedicado porque é pai enquanto a mulher vai faltar porque precisará, em algum momento, cuidar das crianças. Mas olha, caro amigo ou amiga de recursos humanos: a culpa não é sua. Esse é um problema estrutural da nossa sociedade. Não foi você quem criou essa associação automática. A gente, na verdade, cresce acreditando nisso. Porque vemos nossas mães e pais fazendo isso. O tempo todo. Desde os anos 60. Mas dá pra mudar”, diz ela no texto.

Confira – e inspire-se para ser agente dessa mudança:

1 – Medir e cobrar a produtividade dos colaboradores pelos resultados e não necessariamente pelo número de horas trabalhadas. Sabe-se que o trabalhador brasileiro possui baixa produtividade e entre os fatores que contribuem para isso é a falta de foco e objetividade. Desconfie de quem “trabalha muito”. Quem tem foco faz o que tem de fazer e sai no horário porque quer ficar com a família, com os filhos, com os amigos ou o que quer que seja. SPOILER: as mulheres que são mães costumam fazer isso!

2 – Incentive seus colaboradores homens que são pais a passarem mais tempo com suas famílias. Isso implica dizer que eles podem e devem buscar os filhos na escola, levá-los ao pediatra ou, até mesmo, fazer home office naquele dia em que os pequenos pegaram uma catapora e não poderão ir para a escola. Sua empresa pode criar modalidades de trabalho onde as pessoas possam passar mais tempo em suas casas, dependendo do tipo de trabalho que elas executam.

3 – NUNCA faça um colaborador escolher entre família e trabalho. Ninguém é SÓ profissional. Empatia e compaixão não podem ser aplicadas somente quando um familiar do seu funcionário morre.

4 – Respeite o tempo de licença-paternidade e, se possível, incentive seus colaboradores homens a tirarem férias no mês de nascimento de seus filhos. A participação dele nos afazeres domésticos, no apoio emocional à companheira e no aprendizado dos cuidados com o bebê que chegou são fundamentais para a criação de vínculos que vão durar a vida inteira.

5 – Por fim, veja com admiração a mulher que se dedica ao trabalho e aos filhos. Converse com ela, entenda suas demandas e necessidades e busque encontrar um equilíbrio nas relações, de forma que ela possa exercer sua maternidade da forma como deseja, sem ter de abrir mão de sua carreira por causa disso.

Com informações de LinkedIn Camila Conti