Lançado manifesto contra aumento da velocidade em São Paulo

19/09/2016 14:24 / Atualizado em 04/10/2016 23:36

Representando as mais importantes entidades de defesa da cidade, a Rede Nossa São Paulo lançou hoje manifesto contra aumento da velocidade na cidade de São Paulo proposta por alguns candidatos à prefeitura. O manifesto é intitulado “Não Corra, Não Mate, Não Morra” também foi divulgado aqui.

“Dezenas de organizações da sociedade civil apoiam a diminuição da velocidade nas
ruas de São Paulo, a implantação de ciclovias e a valorização do pedestre e do transporte público. Assim
como também apoiam e cobram o controle sobre as emissões veiculares que, segundo a Resolução
Conama 418/2009, é obrigatória nos Estados e municípios com frota acima de 3 milhões de carros. A
poluição do ar em São Paulo, segundo a Organização Mundial da Saúde, é duas vezes superior ao limite
recomendado, causando doenças respiratórias e cardiovasculares. Segundo o professor Paulo Saldiva, a
expectativa de vida na cidade é reduzida em um ano e meio devido à poluição, podendo matar até 4 mil
pessoas ao ano.”

O manifesto foi lançado durante a 10ª edição da pesquisa sobre Mobilidade Urbana e Transporte Público em São Paulo.

Mobilidade urbana é um tema essencial para toda metrópole
Mobilidade urbana é um tema essencial para toda metrópole

No total, mais de 600 moradores da cidade com idade superior a 16 anos foram ouvidos. Um manifesto chamado “Não Corra, Não Mate, Não Morra” também foi divulgado aqui. Entre as conclusões:  50% afirmaram ser contra, 47% a favor. No ano passado, 43% eram favoráveis e 53%, contrários. Entre quem nunca utiliza o carro, 54% aprovam a medida.

Veja alguns dados revelados: 

– 92% dos entrevistados (ante 90% de 2015) são a favor de mais corredores ou faixas de ônibus. Entre os usuários frequentes de carros, a aprovação é de 90%.

– 88% (idem resultado anterior) são favoráveis à aplicação de multa para quem invade a faixa de pedestres. Entre os usuários frequentes de carros, a aprovação é de 93%.

– A abertura de ruas e avenidas aos pedestres, como a Paulista, é apoiada por 76% dos entrevistados. No ano passado, 64% disseram ser favoráveis.

– Também cresce a aprovação para a construção e ampliação de ciclovias: passou de 59%, no ano passado, para 68%. neste ano.

– A Saúde continua em primeiro lugar como a “área mais problemática da cidade”, com 58% de menções. O destaque está para “desemprego”, que passou de quarto para segundo lugar, com 49% das menções. Em terceiro, “segurança pública”, com 44%. O “trânsito” caiu do quinto para o sexto lugar, baixando de 29% para 18% das menções. “Transporte coletivo” aparece em quinto lugar entre as preocupações dos paulistanos, com 19%.

– No geral, o nível de satisfação com aspectos, áreas e serviços de locomoção em São Paulo melhorou, seguindo uma tendência desde 2008. A maior nota ficou para “quantidade de faixa de pedestres” (5,5). A nota de “transporte público” passou de 4,5 para 5,1; “aplicação das leis do trânsito”, de 4 para 4,5;  “tempo gasto para se deslocar da cidade”, de 4 para 4,2; e a “situação do trânsito na cidade”, de 2,9 para 3,2.

– Poluição: 64% dos entrevistados afirmam que tiveram problemas de saúde (ou alguém da sua casa) relacionados à poluição do ar. No ano passado, eram 62%.

– Tempo: o tempo médio diário para a atividade principal ficou em 2h01. No ano passado, era 1h44. Em 2016, 33% dos paulistanos gastam entre 1 e 2 horas para ir e voltar do trabalho ou escola; e outros 30%, mais de 2 horas. Entre os que usam carro todos ou quase todos os dias, a média ficou em 1h59. Entre os usuários de transporte público, 2h12.

– O tempo médio gasto no trânsito para realizar todos os deslocamentos diários ficou em 2h58. No ano passado, eram 2h38. Entre quem usa carro todos ou quase todos os dias, o tempo médio ficou em 3h06. Entre quem utiliza transporte público, 3h11. Ou seja, um morador da capital perde 45 dias por ano para fazer todos os deslocamentos diários.

– Posse de automóvel: 60% dos entrevistados afirmam ter carro em casa. O resultado vem se mantendo no mesmo patamar desde 2014. Em 2009, eram 50%.

– 34% dos entrevistados afirmam utilizar carros todos os dias, mesmo que de carona ou de táxi. No ano passado, eram 32%.

– Frequência do uso do automóvel nos últimos 12 meses: 49% dizem que usam o carro com “menor frequência”; 27% afirmam que usam com “frequência igual”; e 22%, com “maior frequência”. A pergunta é inédita e, portanto, não há resultados anteriores.

– 51% dos entrevistados “com certeza” deixariam de utilizar o carro se tivessem “melhor alternativa de transporte”. No ano passado, eram 52%.

– 21% disseram que já andaram de bicicletas nas ciclovias ou ciclofaixas. 15% se sentem “muito seguros” ou “seguros” nesses locais e 76%,  “nada seguros” ou “pouco seguros”. Entre os que já utilizaram as ciclovias ou ciclofaixas, 30% consideram “seguras” ou “muito seguras”. E 17% avaliam como “nada seguras”.

– Medidas mais importantes para a melhoria da mobilidade: para 45%,  “melhorar a qualidade do transporte por metrô”; para 45%, “construir mais linhas de metrô ou ampliar as já existentes”; para 41%, “melhorar a qualidade do transporte por ônibus”.

– As faixas de pedestres estão “mais respeitadas” na opinião de 45% dos entrevistados. No ano passado, eram 40% e em 2011, 26%.

Aqui neste link você pode ver a pesquisa completa.