Depressão não é tristeza, é doença
Texto escrito pela Psicóloga Paula Guimarães e publicado no Superela
Diariamente escutamos estatísticas de que aumenta cada vez mais o número de deprimidos em todo o mundo. Admito, a cada semana recebo mais pessoas em meu consultório relatando que estão deprimidas. Porém, tenho que confessar, não acredito que todos que dizem ou são diagnosticados com depressão estejam doentes, muitos estão apenas tristes.
Obviamente, as estatísticas da OMS (Organização Mundial de Saúde) que constata que o Transtorno Depressivo Maior têm crescido são verdadeiras, mas existem muitas pessoas diagnosticadas, consideradas ou medicadas para tal, que apenas não estão sabendo lidar com a própria tristeza, que é normal a todos nós e ao ciclo da vida.
Hoje em dia, na sociedade imediatista em que vivemos, basta estar desanimado, vivenciar um luto ou passar por uma crise para ser rotulado de deprimido. E este estigma começa com a própria pessoa que prefere se aceitar doente do que encarar um processo psicológico doloroso que exige recursos de resiliência que não viabilizam a melhora imediata que ela espera.
A depressão é um transtorno mental, um assunto sério. Trata-se de uma tristeza incapacitante que torna disfuncional a vida do afetado, por pelo menos 2 semanas. Precisamos encarar uma pessoa deprimida como uma pessoa doente que precisa de ajuda profissional, médica e psicológica. No quadro psicopatológico os medicamentos serão necessários, na maioria dos casos.
Não é qualquer tristeza que todos nós sentimos por algum motivo, a depressão é uma profunda tristeza sem motivo.
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