ONG cria número de WhatsApp para combater fake news sobre câncer
Oncologistas e pacientes se juntam para disseminar informações confiáveis sobre a doença e barrar notícias falsas
As receitas com bicarbonato de sódio e vinagre que prometem uma cura milagrosa do câncer circulam livremente via WhatsApp, Facebook, e-mail e demais redes. Além dessas, mais uma porção de notícias sensacionalistas sobre a doença se proliferam com muita rapidez, sem qualquer embasamento científico.
Combater essas notícias falsas é objetivo do Instituto Oncoguia que criou uma número de WhatsApp para responder o que é verdade e o que é mentira. “A pessoa envia sua dúvida e em até 48 horas os oncologistas voluntários respondem”, explica Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia. O número do Onco Confirma é (11) 98790- 0241.
Rede contra as fake news
- Cartilha ensina internautas a detectar fake news e evitar desinformação
- Regina Duarte começa o ano com Fake News sobre faixa usada por Lula
- Checadores do TSE vão identificar fake news enviadas por eleitores
- 5 fake news bizarras sobre a guerra da Ucrânia
A guerra contra as fake news também mobilizou um time de comunicadores digitais que são ou foram pacientes oncológicos. A ideia, segundo Luciana Holtz, é empoderá-los para que eles se tornem porta-vozes de informações seguras com alinhamento científico.
Para Luciana, a disseminação de um conteúdo falso sobre saúde pode ter efeito muito perigoso e impactar negativamente no bem-estar do paciente. “A hora que você cresce e o teu blog não é mais simplesmente aquele diário virtual e você percebe que está fazendo diferença na vida de muitas pessoas, seu compromisso com a informação, com a fonte tem que ser muito grande”, explica.
A rede de influenciadores – ativa no Instagram, YouTube, Facebook e em também blogs pessoais – teve aulas de oncologia, que tirou dúvidas e explicou como selecionar uma fonte confiável.
Entre os compromissos desses comunicadores, está repercutir apenas informações corretas e precisas; encorajar o autocuidado; não divulgar conteúdo de caráter sensacionalista, mórbido ou contrário aos direitos humanos e às liberdades individuais; não realizar alterações em conteúdos de audiovisual que deturpem a realidade.
Careca Bonita
Uma das participantes da rede é a youtuber Sonia Niara, de 27 anos, que fala sobre o enfrentamento à doença em seu canal o “Careca Bonita”. Ela mesma conta que já recebeu várias fake news durante os quatro anos seguidos de tratamento.
“Vão desde dicas de alimentos com potencial de cura, tratamentos alternativos a grandes absurdos enviados por mensagem de texto. Infelizmente, sei que a maioria das pessoas que compartilharam comigo essas mensagens a fizeram na maior das boas intenções, entretanto elas estão desinformadas”, conta Sonia. “Por isso a importância de levar informações de confiança a amigos, familiares e pacientes oncológicos”, completa.
A presidente do Instituto Oncoguia acredita que a batalha contra as fake news não é nada fácil, já que, segundo ela, esse tipo de notícia tem uma força contrária monstruosa. “O que a gente está se propondo é pelo menos plantar a sementinha na cabeça das pessoas para que elas passem a ser perguntar: “será que é verdade” antes de compartilhar qualquer informação”, afirma Luciana Holtz.
Leia também: