Ativistas do Greenpeace presos na Rússia são anistiados; entre eles a gaúcha Ana Paula Maciel
As acusações iniciais de pirataria foram amenizadas para vandalismo e depois retiradas
Ontem, 25 de dezembro, o encerramento do processo por vandalismo contra um grupo de ativistas ambientais do Greenpeace e jornalistas detidos na Rússia foi comunicado oficialmente aos envolvidos. Os 28 ativistas e dois jornalistas foram presos pela guarda costeira no dia 18 de setembro quando escalavam uma plataforma para protestar contra a exploração de Petróleo no Ártico.
A dura reação do governo russo aos protestos explica-se pelo grande interesse de Vladimir Putin pela região. O derretimento das calotas polares e o aquecimento global começam a tornar “acessíveis” áreas nunca antes exploradas. Estima-se que a região abrigue 13% das reservas de petróleo ainda não descobertas e 30% das de gás natural.
Em 2007, uma bandeira da Rússia foi colocada sobre o mar congelado, e a área passou a ser intensamente monitorada pelo exército e pela guarda costeira. Países já discutem redefinição de fronteiras marinhas para garantir direito de exploração.
Um estudo detalhado sobre as consequências da extração será publicado pela União Europeia em 2014. Segundo o Centro Ártico da União Europeia na Finlândia, os efeitos nocivos para a população local e o meio ambiente seriam enormes, enquanto os lucros financeiros seriam revertidos para regiões distantes.
Brasileira
A bióloga brasileira Ana Paula Maciel, 31, que estava entre os detidos, aguarda pelo visto para deixar a Rússia. Depois de passar por prisões em Murmansk e São Petesburgo, a gaúcha de Porto Alegre (RS) foi solta em 20 de novembro mediante pagamento de fiança. “É um absurdo que tenhamos sido perdoados por um crime que não cometemos”, afirmou a bióloga em comunicado do Greenpeace.