75% dos jovens brasileiros querem ser influenciadores digitais
Profissão é uma das mais desejadas atualmente por unir receitas financeiras a um estilo de vida que gera interesse de milhões de pessoas
“Inspirar pessoas” é o principal motivo que faz os jovens da Geração Z terem interesse em se tornarem influenciadores digitais. Quem revela esse dado é o levantamento divulgado nesta semana e realizado com mais de 3 mil brasileiros entre os meses de dezembro e janeiro pela Inflr, adtech especializada em marketing de influência.
Para 75% dos entrevistados, ser uma voz relevante e inspirar pessoas é o que motiva a dar os primeiros passos na rotina de postagens nas redes sociais, seguido pelo interesse financeiro (64% dos jovens afirmaram ter interesse em “remuneração pela opinião”).
Esse movimento é impulsionado por marcas que buscam mais identificação com a voz dos consumidores e integram o próprio público alvo na estratégia de divulgação. Dessa forma elas criam laços não apenas com grandes influenciadores, mas também, investindo em micro influenciadores que geram uma mensagem mais próxima de suas redes em uma experiência de produto mais customizada e realista.
De acordo com a pesquisa “Innova Trends Survey 2021”, da Innova Market Insights, três em quatro consumidores globais desejam ser mais ouvidos pela indústria no desenvolvimento de novos produtos, fator que embasa cada vez mais as estratégias de marketing de influência.
Para Thiago Cavalcante, sócio diretor da Inflr, o trabalho de influenciador digital tem despertado nos jovens um perfil colaborativo, no qual eles podem contribuir com marcas e também com suas redes, agregando valor a produtos com suas opiniões e tornando-se referências entre amigos, familiares e admiradores.
“A internet democratizou a ‘fama’, dando oportunidade de não apenas uma celebridade de novela ser relevante, mas sim, qualquer pessoa que saiba utilizar as ferramentas ao seu favor”, destaca o especialista.
De acordo com o sócio-fundador da Inflr, atualmente até um estudante pode ser remunerado por suas opiniões em uma campanha que tenha sinergia com o público estudantil. “Antes do marketing de influência as marcas precisavam utilizar mídias de grande alcance, em horários específicos para atingir determinados perfis, hoje, com o trabalho da Inflr é possível multisegmentar a entrega do mesmo conteúdo em canais específicos que conversam diretamente com o target e alcançar até 100% da base do perfil do influenciador.”
O beabá do influenciador
É natural seguir personalidades, sejam artistas, esportistas, profissionais de diversas áreas, com o intuito de entender suas opiniões, tendências e conhecer mais do dia a dia dessas pessoas, tornando-se “próximo” através das redes e entendendo seus estilos, consumos, hobbies e incorporando muito desses estilos à própria vida.
Para transformar sua rotina em inspiração para outros seguidores, Cavalcante garante que a melhor maneira é ser autêntico. “Ser você mesmo é a única coisa que vai te diferenciar dos demais. As pessoas às vezes querem tentar impressionar os outros sendo quem não são, mas essa é a maior pegadinha das redes sociais e quem quer levar isso como profissão deve evitar esse erro. Mostrar seu jeito de ser, seu dia a dia, compartilhar o que é relevante para você sempre vai atrair alguém pela veracidade dos seus fatos. É como conquistar alguém. As pessoas se apaixonam pelo que você é, não pelo o que você finge ser. Os maiores influenciadores atuais são os que compartilham suas essências”.
O mundo da influência não se limita apenas a pessoas. Cachorros, gatos, plantas, desenhos animados e avatares já são exemplos de influenciadores digitais. “No final do ano passado, a Sabrina Sato lançou sua avatar influencer, a Satiko, que já tem mais de 23 mil seguidores. A estratégia da apresentadora é atingir as campanhas do metaverso, com uma personagem que vai aumentar seu faturamento no mundo real”, ressalta Cavalcante.
Para um perfil alcançar o valor de R$ 5 mil em campanhas mensais, tido como um valor acima da renda média do Brasil em 2021 e que pode ser considerado um bom salário, o influenciador precisa ter em torno de 30 a 100 mil seguidores.
Sucesso nas redes sociais após reality show
Hoje em dia, reality shows como “Big Brother Brasil”, “A Fazenda” e “De Férias com Ex”, acabam popularizando na internet pessoas “comuns”. Um bom exemplo neste sentido é o BBB, que desde sua edição 2020, divide os participantes da casa em dois grupos: Pipoca e Camarote.
Para o Camarote, o programa seleciona artistas, atletas, grandes influenciadores e personalidades. Já para os que são escolhidos como Pipoca, entrar no BBB é uma possibilidade de se tornar um grande influenciador e conquistar milhões de seguidores e, desta forma, passar a trabalhar em parceria com grandes marcas em campanhas nas redes sociais.
O caso da vencedora da edição de 2021, Juliette Freire, é o mais emblemático de todos. A participante entrou no programa com menos de 5 mil seguidores e, durante os 100 dias de confinamento na casa, alcançou a incrível marca de 24 milhões de seguidores.
E mesmo após um ano de sua participação, continuou crescendo e hoje, a ex-bbb conta com mais de 33 milhões de “cactos”, nome carinhoso dado por ela aos seus fãs e seguidores no Instagram.
Vencer um reality show, atualmente, não é mais o melhor prêmio que pode ser conquistado durante a duração do programa, mas sim o alcance do perfil dos participantes.
“Um perfil que tenha mais de oito milhões de seguidores pode alcançar R$1,5 milhão em apenas um mês de campanhas publicitárias. Atualmente, o BBB tem se tornado mais um impulsionador de marcas e influenciadores do que realmente um jogo por uma quantia em dinheiro. Se os participantes souberem trabalhar seus perfis podem criar uma máquina de campanhas publicitárias”, finaliza o sócio da Inflr.